sábado, 17 de dezembro de 2016

Senado recorre da decisão que anulou votação de projeto anticorrupção


O Senado recorreu nesta quinta-feira da decisão do ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal (STF), que anulou na quarta-feira a votação do pacote das 10 medidas contra a corrupção desfigurado pela Câmara. Os advogados da Casa pedem que o ministro reconsidere a decisão ou leve a liminar para “imediato julgamento” do plenário do Supremo. Na manifestação enviada ao STF, o Senado alega que a decisão de Fux feriu a separação de Poderes e que o Poder Judiciário só pode atuar após a conclusão do processo legislativo, porque cabe ao Congresso “definir os rumos normativos da República”. Em decisão tomada na noite desta quarta-feira, Fux entendeu que toda a tramitação do projeto estava viciada por não ter sido feita sob o procedimento definido para projetos de iniciativa popular. Desfigurado na Câmara, o projeto aprovado incluiu punição a juízes e promotores por abuso de autoridade, emenda considerada irregular pelo ministro do Supremo, de que o tema era estranho à proposta inicial. O ministro suspendeu toda a tramitação pela qual o projeto de lei já passou e exigiu que a Câmara adote o rito previsto em seu regimento interno para propostas de iniciativa da população. Para o Senado, é inerente ao processo legislativo o poder de emendar os projetos de lei: “As emendas substanciam os consensos sobrepostos que vão se construindo ao longo do debate parlamentar no processo de tramitação”. Segundo o Casa, o projeto não se trata “na espécie de projeto de iniciativa popular, porque, foi apresentado por parlamentares”. Depois de Senado ter protocolado recurso no Supremo Tribunal Federal, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), disse na noite de quinta-feira que a decisão monocrática do ministro Luiz Fux é um "atentado" à separação entre os Poderes. 

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