quinta-feira, 15 de dezembro de 2016

Sinhozinho baiano Marcelo Odebrecht confirma pagamentos a Lula, o poderoso chefão da Orcrim petista, inclusive em "espécie"


O empreiteiro propineiro e sinhozinho baiano Marcelo Odebrecht, em seus depoimentos de delação premiada que acontecem em Curitiba, confirmou a realização de pagamentos ao poderoso chefão da Orcrim petista e ex-presidente Lula, inclusive em espécie. Os pagamentos, de acordo com o ex-presidente da Odebrecht, tiveram origem no Setor de Operações Estruturadas da empresa, dedicado ao pagamento de propina a agentes públicos. O uso do setor para tal fim foi revelado no início deste ano pela ex-secretária de Marcelo, Maria Lúcia Guimarães Tavares, que fez acordo de delação. O que foi relatado por Marcelo é coerente à linha de investigação da Polícia Federal no âmbito da Lava-Jato. Segundo as investigações, Lula pode ter recebido até R$ 23 milhões. Investigações apontam ainda que o codinome “amigo”, que está nas planilhas apreendidas do Setor de Operações Estruturadas, seja uma referência a Lula. Marcelo Odebrecht prestou na quinta-feira seu quarto depoimento à Força-Tarefa em Curitiba, cidade onde está preso desde junho de 2015. Ele tem falado aos procuradores da Lava-Jato na presença de seus advogados. O ex-presidente da Odebrecht também confirmou que o presidente Michel Temer pediu R$ 10 milhões para a campanha do PMDB durante reunião no Palácio do Jaburu, em 2014. No depoimento, Marcelo Odebrecht não deu detalhes sobre o pagamento. Em delação premiada que ainda depende de homologação do Supremo Tribunal Federal (STF), o ex-vice-presidente de Relações Institucionais da Odebrecht, Cláudio Melo Filho, disse que entregou dinheiro em espécie no escritório do advogado José Yunes, amigo e assessor especial do presidente Temer, durante a campanha eleitoral de 2014. O pagamento faria parte de um repasse de R$ 10 milhões que, segundo narrou Claudio Melo na delação, Temer negociara “direta e pessoalmente” com Marcelo Odebrecht, em um jantar no Palácio do Jaburu, em maio de 2014, dois meses depois do início da Lava-Jato.

Nenhum comentário: