sexta-feira, 27 de janeiro de 2017

Delatores asseguram que Sérgio Cabral enviou mais de 100 milhões de dólares para o Exterior



As investigações que resultaram na segunda fase da Operação Lava Jato no Rio de Janeiro, batizada de Operação Eficiência, deflagrada nesta quinta-feira, teve início com base nas delações premiadas de dois operadores do mercado financeiro: Renato Hasson Chebar e seu irmão Marcelo Hasson Chebar. Ambos delataram que o ex-governador Sérgio Cabral (PMDB) enviou ao Exterior 100 milhões de dólares – cerca de 340 milhões de reais. Desse total, 78 milhões de dólares foram exclusivamente para Sérgio Cabral, com o dinheiro sendo usado para financiar todos os gastos do ex-governador e da sua família. O restante teria sido dividido entre os operadores do peemedebista Wilson Carlos (15 milhões) e Carlos Miranda (7 milhões). Segundo delatores que procuraram espontaneamente o Ministério Público Federal após a deflagração da Operação Calicute, que levou Sérgio Cabral à prisão, o ex-governador enviou os valores ao Exterior por meio de contas em nomes de terceiros. O Ministério Público Federal afirma que já conseguiu repatriar cerca de 270 milhões de reais. Para o juiz Marcelo da Costa Bretas, da 7ª Vara Federal do Rio de Janeiro, “as cifras são indubitavelmente astronômicas”.  Em depoimento minucioso ao Ministério Público Federal, o delator Renato Chebar esclareceu como teria iniciado a prática de envio constante de altos valores por Sérgio Cabral para o Exterior. Segundo ele, o ex-governador perguntou se ele poderia receber os valores que possuía em sua conta de nome “Eficiência” e o colaborador concordou – o dinheiro foi então transferido para duas contas em nome de Chebar em Nova York (“Siver Fleet” e “Alpine Grey”). Segundo ele, valores que variavam de 50.000 a 250.000 reais oriundos de propinas eram levados mensalmente em uma mochila para que fossem realizados os depósitos. Chebar destaca que “de três a quatro vezes por ano, se reunia com Sérgio Cabral, na casa do peemedebista, para prestar contas dos valores que estavam em seu nome”. Já Marcelo Hasson Chebar, irmão de Renato, informou aos procuradores que, a partir de 2007, os valores “aumentaram significativamente” e que Carlos Miranda, um dos operadores de Sérgio Cabral, fazia o controle dos valores por meio de planilhas. O Ministério Público Federal destaca que, além das contas bancárias “Silver Fleet” e “Alpine Grey”, os recursos foram destinados a outros paraísos fiscais em Genebra, Bahamas, Luxemburgo, Uruguai e Andorra.

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