domingo, 22 de janeiro de 2017

Estados Unidos já preparam a mudança da embaixada de Tel Aviv para Jerusalém


Já nos primeiros dias do governo de Donald Trump nos Estados Unidos, elevam-se as expectativas sobre a proposta do presidente de transferir a embaixada americana em Israel de Tel Aviv para Jerusalém. O secretário de imprensa de Trump, Sean Spicer, afirmou que o governo ainda está nos estágios iniciais de uma discussão sobre a possibilidade de realocação da embaixada. A declaração veio apenas algumas horas antes do novo presidente conversar por telefone com o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, e pode indicar que levará certo tempo até que sejam divulgados mais detalhes sobre a possível mudança. A conversa durou menos de 30 minutos e foi chamada por Trump de "muito boa". "Estamos nos estágios iniciais de até mesmo discutir este assunto" disse Spicer. Um canal de televisão israelense disse que a Casa Branca poderia anunciar na segunda-feira a mudança da embaixada. Os israelense têm Jerusalém como sua capital. Judeus do mundo inteiro consideram Jerusalém a sua capital. Em sua campanha, Trump repetiu diversas vezes que pretendia realocar a embaixada dos Estados Unidos para Jerusalém. Algumas semanas atrás, arábes da Cisjordânia lançaram uma campanha diplomática e midiática contra a mudança da embaixada. O presidente palestino, Mahmoud Abbas, comentou o tema diversas vezes, dizendo que os palestinos não reagiriam violentamente à mudança, mas usariam canais legais e diplomáticos para lidar com o assunto. Além disso, enviou uma carta a Trump com um pedido para que a embaixada não fosse transferida, uma vez que este passo poderia devastar o processo de paz. Neste domingo, Trump, empossado na última sexta-feira, e o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, conversaram pelo telefone. Após anos de tensão com a Casa Branca, um vez que o ex-presidente muçulmano Barack Obama marcou forte oposição à Israel vê no novo governo republicano uma chance de melhorar a relação com os Estados Unidos. A posse de Trump impulsionou o lançamento de novos projetos de colonização em Jerusalém Oriental. No primeiro fim de semana do republicano no cargo, a prefeitura israelense de Jerusalém deu a aprovação definitiva à construção de 556 casas em três bairros de colonos do leste da cidade, de população majoritariamente árabe. Em Jerusalém Oriental, a pedido de Netanyahu e à espera da chegada de Trump à Casa Branca, foram congeladas no fim de dezembro as autorizações de construção de casas, segundo autoridades. Meir Turjeman, presidente da comissão de construção e planejamento da prefeitura de Jerusalém, disse que estas casas serão construídas agora nos bairros de Pisgat Zeev, Ramot e Ramat Shlomo. "As regras do jogo mudaram com a chegada de Donald Trump ao poder. Não temos mais as mãos atadas, como na época de Barack Obama", afirmou Turjeman: "Estas 566 casas são apenas o tiro de largada. Temos planos para construir 11 mil casas à espera de ser autorizados". O prefeito de Jerusalém, Nir Barkat, declarou em um comunicado que também serão construídas 105 casas nos bairros dos árabes da Cisjordânia. "Passamos oito anos difíceis com Barack Obama, que pressionava para que as construções fossem congeladas", declarou o prefeito. Netanyahu comemorou a chegada ao poder de Trump, depois de ter mantido relações tensas com seu antecessor, Barack Obama. O democrata muçulmano adotou tom crítico à questão das colônias, consideradas por ele um obstáculo nas negociações de paz com os árabes da Cisjordânia. A tensão alcançou seu pico quando, em 23 de dezembro, os Estados Unidos não vetaram, pela primeira vez desde 1979, uma resolução da ONU que condenava as colônias israelenses, promovendo um gigantesca e histórica traição ao seu maior aliado na região. Cerca de 430 mil colonos israelenses vivem atualmente na Cisjordânia e mais de 200 mil em Jerusalém Oriental, que os árabes da Cisjordânia também desejam que seja a capital do Estado ao qual aspiram.

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