quarta-feira, 18 de janeiro de 2017

Ex-prefeito de Guarulhos anuncia saída do PT


O ex-prefeito de Guarulhos, Sebastião Almeida, deixou o PT na segunda-feira (16), queixando-se do que chamou de "jogo rasteiro" dos petistas da cidade. Após 33 anos de partido – oito deles na Prefeitura de Guarulhos – Almeida enviou uma carta ao presidente estadual do PT, Emídio de Souza, na qual também reclama de falta de diálogo interno e de reconhecimento dos próprios erros. "Na vida política, a gente tem que reconhecer nossos erros. Você sabe que, infelizmente, esse mea culpa não está acontecendo no PT. Então, prefiro ir para um espaço que seja aberto ao debate em vez de ficar preso a conceitos do passado", afirmou. Numa carta endereçada aos militantes do partido, Almeida relata o que foi determinante para sua desfiliação: o fato de petistas entrarem com ação na Justiça contra o aumento da tarifa de ônibus estabelecido no final de seu governo, em dezembro. Alegando ser essa uma praxe de final de ano, Almeida diz que esse foi um ato de responsabilidade. "Não é porque o PT perdeu aqui que vou deixar a cidade de lado numa política rasteira. Não tem cabimento parlamentares do PT entrarem na Justiça contra uma decisão de um prefeito de partido. Tenho 33 anos de PT. Preciso ser respeitado. Minha história não pode ser jogada no lixo", diz. Almeida afirma ainda não ter escolhido seu futuro partido. No próximo mês, estará de férias e só na volta decidirá sua nova sigla. Na carta de despedida, Almeida conta que, na última campanha municipal, o vermelho do PT foi escondido. Além disso, segundo ele, a capacidade de ouvir o outro e respeitar suas opiniões, "não é mais uma prática comum no PT de Guarulhos". O PT elegeu apenas oito prefeitos em São Paulo em 2016, sendo só um na região metropolitana. "Hoje, o domínio do partido é exercido pelas forças majoritárias em detrimento da vontade e do desejo dos demais, que ultimamente são descartados como se fossem objetos. Mais do que nunca, está claro que o processo de disputa interna e as práticas utilizadas para obtenção do poder dentro da legenda tornaram-se nefastas aos militantes, sobretudo para os mais antigos, que empunhavam suas bandeiras vermelhas nas esquinas de nossas avenidas quando sequer havia uma chance de chegarmos ao poder", escreveu.

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