sexta-feira, 24 de fevereiro de 2017

A pedido do PT, Odebrecht colocou US$ 3 milhões na campanha do esquerdista Ollanta Humala, ex-presidente do Peru


A empreiteira brasileira Odebrecht doou US$ 3 milhões à campanha eleitoral do esquerdista ex-presidente peruano Ollanta Humala (2011-2016), afirmou o jornal "El Comercio". Em reportagem publicada nesta quinta-feira (23), o jornal afirma que, segundo esclarecimentos prestados ao Ministério Público peruano em janeiro por Jorge Barata, ex-representante da empreiteira no Peru, a doação foi um pedido do PT ao herdeiro do grupo, o sinhozinho baiano e empreiteiro propineiro Marcelo Odebrecht. 


Humala e sua mulher, Nadine Heredia, que enfrentam restrições para sair do país, são investigados por lavagem de ativos por financiarem sua campanha eleitoral com dinheiro procedente da Venezuela e do Brasil. Barata, de acordo com o "El Comercio", foi contatado em 2010 pelo marqueteiro brasileiro Valdemir Garreta, responsável pela campanha presidencial de Humala pelo Partido Nacionalista Peruano (centro-esquerda). Eles chegaram a se encontrar em um hotel em São Paulo. De volta ao Peru, Barata se reuniu com Humala e sua mulher, Nadine, em um apartamento do ex-presidente. Ali, acertaram os detalhes dos pagamentos. Segundo Barata, eles estavam vinculados à sigla "OH", que aparece nas agendas de Nadine. Barata afirmou que entregou pessoalmente remessas de US$ 300 mil à própria Nadine e que, simultaneamente, um montante similar era entregue no Brasil a Garreta e seu sócio, o gardelão argentino Luis Favre (ex-dirigente da 4ª Internacional trotskista e ex-marido da senadora socialista ex-petista Marta Suplicy), que também trabalhou na campanha de Humala. O dinheiro recebido no Brasil era levado pelos dois ao Peru. De acordo com Barata, foram entregues US$ 3 milhões a ex-primeira-dama Nadine Heredia. Os aportes cessaram no primeiro semestre de 2011 — em junho, Humala foi eleito em segundo turno presidente do Peru. Humala é o terceiro ex-presidente peruano a ser envolvido com a Odebrecht. Alejandro Toledo (2001-2006) é considerado foragido e é acusado de receber US$ 20 milhões em propina da empreiteira brasileira. Em janeiro, um ex-ministro do governo de Alan García (2006-2011) foi preso sob acusação de receber US$ 7 milhões da Odebrecht para ganhar um contrato de construção do metrô de Lima. Segundo o Departamento de Justiça dos Estados Unidos, o Grupo Odebrecht pagou US$ 1 bilhão em propinas em 12 países. 

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