quinta-feira, 23 de fevereiro de 2017

Deputado peemedebista Osmar Serraglio será o novo ministro da Justiça


Após a aprovação de Alexandre de Moraes como novo ministro do Supremo Tribunal Federal, o presidente Michel Temer escolheu o deputado federal Osmar Serraglio (PMDB-PR) como novo ministro da Justiça e Segurança Pública. O nome dele ganhou força após a negativa do ex-ministro (do STF) e advogado Carlos Velloso, que recusou o convite na última sexta-feira alegando motivos particulares. Com a escolha, a bancada do PMDB consegue seu objetivo e assume mais um ministério de peso na Esplanada. O ponto alto da carreira do parlamentar foi em 2005, quando ele, um deputado inexperiente em segundo mandato, foi escolhido para ser o relator da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Correios, que desencadeou o escândalo e o posterior julgamento do Mensalão. Quando foi escolhido, a expectativa era de que ele, como um parlamentar integrante da base aliada do governo Lula (PT), fosse o nome perfeito para que a CPI terminasse sem prejuízos maiores ao governo. Mas não: o relatório produzido por ele baseou a denúncia da Procuradoria-Geral da República ao Supremo Tribunal Federal em 2006, que resultou na condenação de figuras importantes do PT, como o ex-ministro e bandido mensaleiro e corrupto José Dirceu. Durante o julgamento do Mensalão, em 2012, Serraglio manifestou seu descontentamento com quem dizia que o escândalo não existiu. “Não admito que se diga isso. Em matéria de provas, nossa CPI foi muito consistente. Relatamos as evidências que colhemos – não inventamos nada”. Osmar José Serraglio, de 69 anos, é natural de Erechim (RS), mas fez carreira política no Paraná. É formado em Direito pela Faculdade de Direito de Curitiba e mestre em Direito do Estado pela PUC-SP. Ele se filiou ao extinto Movimento Democrático Brasileiro (MDB) em 1978 e continuou na legenda após a sua refundação, em 1981, como PMDB. Seu primeiro cargo eletivo, no entanto, só veio na década seguinte, em 1993, quando se tornou vice-prefeito de Umuarama (PR). Exerce mandatos como deputado federal desde 1999, estando atualmente em seu quinto mandato na Câmara dos Deputados, onde exerceu funções diversas, como a vice-liderança do PMDB na Casa. Em 2016, Osmar Serraglio assumiu a presidência da Comissão de Constituição e Justiça da Câmara e foi apontado como um dos aliados próximos do ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e que sua ascensão ao posto tinha relação direta com o processo de cassação contra ele. Eleito por 43 a 7 para o cargo, ele rechaçou ter qualquer relação com articulações favoráveis a Eduardo Cunha. “Mal consigo chegar em algum lugar e já dizem que eu devo isso a todo mundo, menos a mim próprio. Eu construí uma história. A minha história vale por si”, afirmou.

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