segunda-feira, 13 de fevereiro de 2017

Temer diz que só afasta do cargo quem for denunciado na Lava Jato


O presidente da República, Michel Temer, afirmou nesta segunda-feira que irá afastar do cargo todos os ministros que forem denunciados na Operação Lava Jato. Ou seja, só afastará do governo quem se transformar em réu na Operação Lava Jato. A declaração ocorre num momento em que crescem as avaliações de que o Planalto esteja tentando interferir na investigação que desmontou um mega esquema de corrupção na Petrobras. “Se houver denúncia, o que significa um conjunto de provas que possam conduzir ao seu acolhimento, o ministro que estiver denunciado será afastado provisoriamente. Depois, se acolhida a denúncia, e a pessoa, no caso o ministro, se transforme em réu, o afastamento é definitivo”, afirmou o presidente. “Faço questão de enfatizar em letras maiúsculas: não há nenhuma tentativa de blindagem”, completou. Temer frisou, no entanto, que não é possível aceitar que uma “simples menção inauguradora” seja suficiente para incriminar um ministro. Sem citá-lo nominalmente, o presidente se referia ao ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Moreira Franco, que na última semana foi afastado do cargo por decisões da Justiça de primeiro grau que consideraram a sua nomeação uma tentativa de lhe dar foro privilegiado. As liminares foram derrubadas por tribunais de instâncias superiores e o ministro do Supremo Tribunal Federal, Celso de Mello, deve colocar um ponto final no assunto ainda nesta segunda-feira. Braço-direito de Temer, Moreira Franco foi citado mais de 30 vezes na delação premiada de Cláudio Melo Filho, ex-diretor da Odebrecht  que o acusou de receber propina para defender os interesses da empreiteira. O próprio Temer também foi mencionado na mesma delação como participante de uma reunião que acertou repasses da empresa a campanhas eleitorais. Outros nomes fortes do governo, como o de Eliseu Padilha (ministro da Casa Civil) e o de Rodrigo Maia (presidente da Câmara), também foram citados no depoimento. O pronunciamento de Temer durou apenas oito minutos e não foi aberto para perguntas de jornalistas.

Nenhum comentário: