sábado, 25 de fevereiro de 2017

Temer tenta construir defesa dizendo que não recebeu nenhum dinheiro sem amparo na lei eleitoral


O presidente Michel Temer disse, em nota oficial, que nunca pediu contribuição em dinheiro de empresas para suas campanhas eleitorais ou de seu partido, o PMDB, do qual foi presidente por dez anos (2001-2010), que não fosse dentro da lei. O objetivo do presidente com a nota foi se posicionar em relação às declarações do ex-assessor especial José Yunes, amigo de Temer há quase 50 anos, que disse ter sido “intermediador” do ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, no recebimento de um “pacote”, entregue pelo doleiro Lúcio Funaro, cuja relação com partidos é alvo da Operação Lava Jato. “Quando presidente do PMDB, Michel Temer pediu auxílio formal e oficial à Construtora Norberto Odebrecht. Não autorizou, nem solicitou que nada fosse feito sem amparo nas regras da lei eleitoral”, diz o texto, divulgado pela Secretaria de Comunicação da Presidência. “A Odebrecht doou R$ 11,3 milhões ao PMDB em 2014. Tudo declarado na prestação de contas ao Tribunal Superior Eleitoral. É essa a única e exclusiva participação do presidente no episódio”, completa o texto. Yunes disse que o “pacote” foi entregue em seu escritório pelo operador Lúcio Funaro, para que fosse repassado a Padilha, a um mês da eleição presidencial de 2014 que reelegeu a chapa Dilma Rousseff-Temer, mas alegou que não viu o conteúdo. Apesar da afirmativa, Yunes negou que tenha atuado como operador dos recursos de campanha do PMDB. Delatores da Lava Jato ligados à Odebrecht disseram que deram 4 milhões de reais, oriundos de propina na Petrobras, para o partido – parte deste montante teria sido entregue por Funaro a Yunes. Outros 6 milhões de reais irrigaram a campanha de Paulo Skaf ao governo de São Paulo.

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