quinta-feira, 27 de abril de 2017

André Luiz, pelegaço da CUT, ficou rico ao operar para a Odebrecht no FI-FGTS da Caixa Econômica Federal

Delatores da Odebrecht dizem que André Luiz de Souza, representante da CUT, recebia propina para intermediar recursos do FI-FGTS e diretamente do FGTS. A repórter Carolina Mandl, na reportagem “Ex-sindicalista operava para Odebrecht em Conselho” (“Valor Econômico”, quarta-feira, 26), traça um breve perfil dos negócios de André Luiz de Souza, ex-sindicalista que mantém ou mantinha ligação com a Central Única dos Trabalhadores (CUT). Segundo o jornal, ele teria intermediado negócios de 3 bilhões de reais do FI-FGTS para o Grupo Odebrecht. É o que sustentam delatores da empresa nos processos da Operação Lava Jato. O FI é o fundo de investimentos em infraestrutura que usa recursos do FGTS. O advogado do ex-sindicalista, Angelo Bellizia, afirma que seu cliente não vai se manifestar agora. André Luiz de Souza criou empresas de consultoria e alavancou negócios da Odebrecht e de outras empresas, como Andrade Gutierrez. Relata o jornal: "Era a ele que, de acordo com oito delatores, a empresa recorria e pagava quando precisava liberar recursos do FI-FGTS para os setores de transportes, saneamento, energia e incorporação imobiliária”, relata o “Valor”. “Por seus trabalhos, Souza recebeu algumas dezenas de milhões de reais". O “Valor” sustenta que, além de facilitar negócios com o FI-FGTS, André Luiz de Souza teria articulado negociação direta de recursos do FGTS para a Odebrecht. O ex-sindicalista da CUT atuou na área de aconselhamento e decisão do FGTS de 1995 a 2011 — durante os governos do PSDB e dos petistas Lula da Silva e Dilma Rousseff. Mesmo atuando na Caixa Econômica Federal, André Luiz de Souza contribuía para a Odebrecht captar recursos do fundo. O ex-sindicalista usava as empresas de consultoria Contrathos e Nova Advisors. Havia conflito de interesse, mas ninguém, até certo momento, havia apontado o problema. A Controladoria-Geral da União constatou conflito de interesse na liberação de 3 bilhões de reais para incorporadoras imobiliárias. A CGU investigou André Luiz de Souza, então “sócio de sete empresas de consultoria no ramo habitacional parceiras” da Caixa Econômica Federal, por conflito de interesse.  André Luiz de Souza foi decisivo na criação ou consolidação da Odebrecht Transport, ao conseguir um financiamento de 1,3 bilhão de reais. A propina teria sido de 20 milhões de reais. O consultor participou de outros negócios da Odebrecht, segundo o “Valor Econômico”. Mesmo com irregularidades tão flagrantes, a Caixa disse ao “Valor” que as “decisões de investimento do FI-FGTS revestem-se de conteúdo exclusivamente técnico e de transparência”.

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