terça-feira, 2 de maio de 2017

Governo prevê superávit comercial de US$ 55 bilhões em 2017


O governo projeta superávit (exportações maiores que importações) de US$ 55 bilhões para a balança comercial brasileira em 2017. A previsão foi divulgada hoje (2) pelo secretário de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Comércio Exterior e Serviços, Abrão Neto. Se confirmado, o valor superará o saldo positivo de US$ 47,69 bilhões registrado em 2016, que atualmente representa o maior superávit da balança desde o início da série histórica, em 1989. Neto apresentou a estimativa ao comentar os dados de abril da balança comercial. No mês passado, houve saldo comercial positivo de US$ 6,969 bilhões, o melhor para meses de abril desde 1989. O resultado foi possível graças ao aumento de 27,8% das exportações ante abril de 2016, segundo o critério da média diária, que leva em conta o valor negociado por dia útil. “É a maior taxa de crescimento para meses de abril desde 2011”, afirmou o secretário. Entre os destaques nas vendas externas no mês estão soja, minério de ferro, petróleo bruto, automóveis de passageiros e aviões. “Para a soja, houve recorde mensal no volume de embarques, que ficou em 10,4 milhões de toneladas”, acrescentou Abrão Neto. No primeiro quadrimestre deste ano, segundo o secretário, alguns produtos da pauta de exportações tiveram recorde no volume vendido ante igual período do ano passado. Foram registradas, ainda, elevações nos preços. “Houve recorde no volume de soja em grão, minério de ferro e petróleo bruto. Foi o maior volume exportado no primeiro quadrimestre, além de ter havido aumento de preços”, disse. O valor vendido em automóveis de passageiros também foi recorde para os primeiros quatro meses do ano, registrando elevação de 48,6%. A quantidade exportada do grupo carne – bovina, suína e de frango – caiu em abril, no entanto. De acordo com Abrão Neto, o resultado ainda pode ser efeito da Operação Carne Fraca, deflagrada em março pela Polícia Federal. Segundo o secretário, este não é, contudo, o único motivo a influenciar a queda. Houve recuo de 13,3% na quantidade de carne vendida em abril deste ano na comparação com abril de 2016, conforme o critério da média diária, que leva em conta a quantidade de carne vendida por dia útil. “Todos acompanharam a operação Carne Fraca. Houve uma ação muito pronta do governo e, ao longo do tempo, espera-se normalização. Mas houve impacto no volume e pode haver uma relação. No entanto, há outros elementos. Em alguns casos, como o da carne bovina, existe restrição de pagamento em alguns países, como o Egito”, afirmou Neto. Em abril, pelo critério da média diária, as importações brasileiras cresceram 13,3% em relação a abril de 2016. De acordo com o secretário, a alta nas aquisições dos chamados bens intermediários (16,5%), utilizados pela indústria na produção, sinaliza uma recuperação da economia. “O perfil das importações sinaliza um crescimento da economia, dada a retomada dessa importação de insumo. Foram principalmente insumos para o setor agrícola, indústria química e eletroeletrônicos”, informou Neto. 

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