terça-feira, 9 de maio de 2017

Justiça manda sem-terra deixar parte de área ocupada em Curitiba



A Justiça Federal do Paraná concedeu liminar para determinar a reintegração de posse de uma parte da área ocupada por militantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) em Curitiba, onde aguardam o depoimento do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao juiz Sergio Moro, em processo referente à Operação Lava Jato. Desde a noite de segunda-feira, dezenas de ônibus chegaram ao local trazendo sem-terra do próprio Paraná e de outros estados. A área fica perto dos terminais rodoviário e ferroviário da cidade e sua ocupação teve aval da prefeitura, do estado e da Secretaria de Patrimônio da União (SPU), que é dona do terreno. A questão é que os manifestantes montaram suas barracas além da área permitida, invadindo um pedaço que é administrado pela América Latina Logística (ALL), empresa que ganhou a concessão para operar a malha da antiga Rede Ferroviária Federal (RFFSA).  “A referida área é operacional, afeta o bom desenvolvimento das atividades ferroviárias de transporte de cargas”, afirma a empresa no pedido de reintegração de posse. “O local (…) é destinado à manobra de trens, sendo que todas as pessoas e estruturas que ali se encontram estão em risco”, completa. O juiz Friedmann Anderson Wendpap concordou. “O ponto maior de preocupação externada pela ALL é a própria segurança dos manifestantes, dentre os quais há crianças, considerando que se trata de área em que os trens fazem manobras e outras operações de execução essencialmente perigosa e que exigem atenção diversificada”, escreveu na decisão. Empunhando faixas com dizeres “Fora Temer” e “Diretas Já”, tochas acesas e bandeiras do MST, militantes iniciaram nesta noite uma marcha em apoio a Lula. Eles seguirão do acampamento no terminal rodoferroviário até a Praça Tiradentes. Os organizadores estimam em 4 mil pessoas na marcha. À frente da marcha, o líder do MST, João Pedro Stédile, disse que, apesar de Moro ter negado pedido da defesa de Lula para que o depoimento seja transmitido ao vivo, a militância espera que o juiz volte atrás da decisão.  

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