segunda-feira, 1 de maio de 2017

Marcelo Odebrecht aconselha o "porquinho" petita Palocci a fazer a delação premiada


Há alguns dias, o ex-ministro e "porquinho" petista Antonio Palocci entrou na cela de Marcelo Odebrecht, na carceragem da Polícia Federal, em Curitiba, falando em italiano. Minutos depois, os dois riram. Assim como a dupla, os companheiros que estavam ao lado caíram na gargalhada. A brincadeira, que se tornou comum entre os dois presos da Lava Jato, é uma referência ao codinome "italiano" dado ao petista na Odebrecht em operações que envolviam repasses de propina e caixa dois. Não é raro Palocci se dirigir ao herdeiro da Odebrecht, usando palavras do idioma e dizendo, em tom de brincadeira, que não é o italiano. Os dois convivem desde setembro, quando Palocci foi preso. Naquela época, Marcelo estava detido havia um ano e três meses. No início, foram mantidos em alas separadas e tinham horários de banho de sol distintos. Se esbarravam raramente, quando iam falar com advogados no parlatório. O motivo da separação, segundo integrantes da Policia Federal, era o acordo de delação que o empreiteiro negociava com procuradores, e que foi homologado em janeiro deste ano. Semanas depois, com o acordo encaminhado, o contato passou a ser mais frequente e os dois foram colocados na mesma ala. Desde então, têm rotina em comum que inclui divisão de tarefas "domésticas", como limpeza da cela e do banheiro, além de fazerem refeições juntos. Marcelo passou dar conselhos ao ex-ministro sobre a linha de defesa que deveria adotar, sendo cada vez mais enfático que a sua única saída seria o acordo de delação. Quando Palocci se mostrou aberto à possibilidade, Marcelo teria sugerido que tentasse colocar a Polícia Federal na negociação. O petista não só passou a negociar a delação como teve a primeira reunião com procuradores sentado à mesa juntamente com um delegado da Polícia Federal, há pouco mais de um mês. Três pessoas que frequentam a carceragem de Curitiba relataram que viram o empreiteiro se dirigir a advogados do petista e afirmar que estavam prejudicando o cliente quando perguntavam a testemunhas da Odebrecht, diante do juiz Sergio Moro, se Palocci era o "italiano". Em 20 de abril, o petista disse a Moro que estava disposto a falar nomes e operações que interessariam à Lava Jato.

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