sábado, 20 de maio de 2017

Presidente do PMDB gáucho, o ficha suja Alceu Moreira, recebeu propina da JBS, junto com o petista Paulo Ferreira e mais os deputados federais Onyx Lorenzoni e Jerônimo Goergen


Pelo menos quatro políticos gaúchos são citados pela JBS por terem recebido vantagem indevida da empresa. Os deputados federais  Alceu Moreira (PMDB), Onyx Lorenzoni (DEM), Jerônimo Goërgen (PP) e o também ex-deputado feederal e ex-tesoureiro nacional do PT, o "carnavalesco" Paulo Ferreira são citados por Joesley Batista e seu executivo Ricardo Saud. Alceu Moreira é presidente do PMDB gaúcho, foi eleito recentemente por unanimidade quando todo o partido sabia que ele é um ficha suja, conforme atesta a certidão acima do Conselho Nacional de Justiça, em seu Cadastro Nacional das Pessoas Condenadas por Improbidade Administrativa e Inelegibilidades. Onyx Lorenzoni e Jerônimo Goergen receberam o dinheiro no Rio Grande do Sul, entregue pelo presidente da Associação Brasileira de Exportadores de Carne Bovina, Antônio Jorge Camardelli. A JBS relata um pagamento de R$ 200 mil em espécie para o ficha suja Alceu Moreira no dia 27 de agosto de 2014. O mesmo valor, também em dinheiro vivo, foi entregue a Onyx Lorenzoni em 12 de setembro de 2014. No mesmo dia, Jerônimo Goërgen aparece como tendo recebido R$ 100 mil. Outros R$ 200 mil foram destinados a petista carnavalesco Paulo Ferreira em 2 de outubro de 2014, por meio de pagamento de nota avulsa emitida pela Gráfica e Editora Comunicação Impressa, Os delatores citam inclusive o número da nota fiscal, 6.883. Segundo os executivos, os pagamentos foram feitos para financiar, via o ilegal (fraudulento) caixa 2 e doação oficial, as campanhas eleitorais. Em geral, os pedidos chegavam a Saud, que submetia a doação a Joesley, a quem cabia autorizar os repasses. Os pagamentos serviriam para que os políticos ajudassem a empresa e não criassem antipatia aos interesses do grupo. "Se o senhor me permitir, gostaria de chamar de reservatório da boa vontade", explica Saud aos procuradores no video de sua delação premiada. Paulo Ferreira e Alceu Moreira aparecem ainda numa planilha da JBS, batizada de "Repasse não contabilizado a partidos políticos". Há 14 políticos nesta lista. Entre eles, além dos gaúchos, aparecem os nomes do ministro das Cidades, Bruno Araújo (PSFB-PE), o governador do Paraná, Beto Richa (PSDB), o senador Fernando Bezerra Coelha (PSB-PE) e os ex-ministros Geddel Vieira Lima (PMDB-BA ) e Brizola Neto (PDT-RJ). Na planilha, não há menção aos valores repassados a cada político nem as datas em que os pagamentos teriam sido efetuados. No depoimento à Procuradoria-Geral da República, o executivo da JBS, Ricardo Saud, relata que o modelo de pagamento era definido por cada político, podendo ser tanto em doação oficial de campanha ou em caixa 2, por notas fiscais avulsas ou em dinheiro vivo. Paulo Ferreira é citado outra vez no depoimento do dono da JBS, Joesley Batista. O empresário cita um repasse de R$ 30 milhões ao ex-ministro Antonio Palocci a pretexto de financiamento da campanha de Dilma Rousseff à Presidência em 2010. Não há detalhamento da participação de Ferreira nesse pagamento. À época, ele havia deixado o cargo de tesoureiro do PT e estava em campanha para deputado federal, eleição na qual ficou como suplente.

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