quinta-feira, 1 de junho de 2017

A "Garota do Leblon", Adriana Ancelmo, a "Riqueza", pedia fabricação de jóias exclusivas para a joalheria H.Stern


A diretora comercial da H.Stern, Maria Luiza Trotta, afirmou em depoimento à Justiça Federal nesta quinta-feira que a ex-primeira-dama do Rio de Janeiro, a Garota do Lebon, Adriana Ancelmo, chamada pelo seu marido e ex-governador peemedebista Sérgio Cabral de "Riqueza", pedia, na maioria das vezes, a fabricação de jóias exclusivas e que os pagamentos eram quase sempre em espécie. Maria Luiza assinou acordo de delação premiada e depôs ao juiz da 7ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro, Marcelo Bretas, no processo da Operação Eficiência. "A maioria das vezes as jóias eram fabricadas para ela. Adriana gostava de coisas exclusivas e mandava fabricar", afirmou a diretora comercial. Segundo a delatora, Adriana Ancelmo, a "Riqueza", já trocou peças presenteadas pelo ex-governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral (PMDB): "A Adriana costumava comprar fazendo trocas dos presentes que recebia do senhor Sérgio Cabral. Sempre tinha uma diferença a pagar. Era paga em espécie, às vezes em cheque", afirmou Maria Luiza, que disse que começou a atender a ex-primeira-dama em 2012 e Cabral em 2013. A diretora comercial da H.Stern afirmou que Adriana Ancelmo, a "Riqueza", costumava ir até a loja escolher as peças, enquanto o atendimento a Sérgio Cabral era agendado por um assessor. "A partir do momento em que comecei a atendê-los, num primeiro momento, atendi a Adriana na empresa, depois comecei atendendo no escritório, em casa. O senhor Sérgio Cabral já atendi no Palácio, em casa e também no escritório dele", declarou ela, afirmando que encontrava com Cabral e levava algumas sugestões de jóias. De acordo com Maria Luiza, Sérgio Cabral deixava claro que não queria que fossem emitidas notas fiscais. Ela disse ao juiz que, em 2015, o ex-governador pediu para fazer o pagamento, relativo à compra de um anel e um par de brincos de safira, por meio de uma transferência bancária para uma conta no Exterior. A transação, segundo a diretora comercial, foi efetuada na Alemanha. De acordo com os documentos apresentados pelos delatores Marcelo e Renato Chebar, doleiros que ocultavam o patrimônio do peemedebista Sérgio Cabral fora do País, entre maio de junho de 2015, eles depositaram 229 mil euros em uma conta da H.Stern na Alemanha. No início da audiência, o clima ficou tenso porque o advogado de Sérgio Cabral, Fernando Fragoso, queria fazer um requerimento e o juiz entendeu que aquele não era o momento. Em seguida, Fragoso e outro advogado foram incisivos ao questionar Maria Luiza e Bretas indeferiu perguntas. O advogado disse que a defesa estava sendo cerceada. Bretas também ouviu Pierre Cantelmo Areas, coordenador de uma empresa de fretamento de aeronaves. Ele contou que Sérgio Cabral reservava helicópteros semanalmente ou quinzenalmente e sempre efetuava o pagamento em dinheiro vivo. Algumas vezes, até mesmo um dos filhos do ex-governador ligava pedindo uma aeronave. Pierre afirmou que entrava em contato com Sérgio Cabral para confirmar se havia liberação. Também ouvida nesta quarta-feira, a ex-diretora financeira da Carioca Engenharia, Tânia Fontenelle, confirmou que entregou dinheiro em espécie para dois operadores de Sérgio Cabral, Carlos Miranda e Luiz Carlos Bezerra, desde 2009 até o peemedebista deixar o governo, em 2014. As mesadas mensais começaram no valor de R$ 200 mil e depois passaram a R$ 500 mil. O processo, mais uma vez, confirma que esperto morre de esperteza. O que está faltando no País é o agravamento das penas, e o fim da desgraçada lei de progressões penais. 

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