sexta-feira, 30 de junho de 2017

Alemanha nega pedido de Erdogan para fazer comício a turcos durante a realização da reunião do G20

A Alemanha negou o pedido do presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, de realizar um comício para a comunidade turca no país durante a cúpula do G20, que acontece em Hamburgo nos dias 7 e 8 de julho. O governo de Ancara havia pedido permissão a Berlim na quarta-feira (28) para que Erdogan pudesse fazer uma aparição aos turcos, maior comunidade estrangeira na Alemanha, com cerca de 1,5 milhão de pessoas. 


"Nós estamos dizendo à Turquia que estamos convencidos de que uma aparição dessas na Alemanha não é possível", disse nesta quinta-feira (29) o ministro alemão das Relações Exteriores, Sigmar Gabriel. "Erdogan é um convidado importante do G20 e será recebido com todas as honras por nós aqui. Mas acreditamos que tudo que vá além disso é inapropriado neste momento", afirmou Gabriel. A Alemanha, disse ele, "não tem a obrigação" de permitir uma aparição de campanha e "isso não é uma violação dos princípios de democracia". Segundo Gabriel, Erdogan poderia falar em um consulado turco, por exemplo.

O porta-voz de Erdogan, Ibrahim Kalin, condenou a recusa alemã e acusou Berlim de usar "dois pesos, duas medidas" ao criticar a Turquia sobre direitos humanos e ao mesmo tempo impedir o presidente turco de se encontrar com seus cidadãos. As relações entre os dois países vivem um momento tenso por motivos variados, entre eles a prisão de dois jornalistas alemães na Turquia.

Mais cedo neste ano, Erdogan acusou a chanceler alemã, Angela Merkel, de "cometer práticas nazistas" depois que autoridades alemãs impediram aparições de ministros do governo turco durante a campanha do plebiscito com o qual Erdogan ampliou seus poderes. "Nós esperamos que a Alemanha não repita os graves erros que foram feitos durante o processo do plebiscito", disse Kalim.

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