quarta-feira, 14 de junho de 2017

Defesa de primo de Aécio Neves, que recebeu mala da JBS, deposita R$ 1,5 milhão para a Polícia Federal


A defesa de Frederico Pacheco de Medeiros, primo do senador afastado Aécio Neves (PSDB-MG), entregou nesta terça-feira o valor de R$ 1.520.100,00 à Polícia Federal, por meio de um depósito judicial. O dinheiro foi depositado em um agência da Caixa Econômica Federal em Belo Horizonte. Frederico está preso desde o dia 18 de maio, quando foi deflagrada a Operação Patmos. Ele é acusado pelo procurador-geral de receber dinheiro da JBS que seria endereçado a Aécio Neves. 

O valor depositado nesta terça-feira seria referente à parte dos repasses da JBS. Frederico é acusado de receber R$ 2 milhões da empresa, entregues em quatro encontros. Um dos encontros foi filmado pela Polícia Federal, como parte das ações controladas decorrentes da delação dos donos da JBS. 

No dia 12 de abril, Frederico foi até a sede da empresa para um encontro com o diretor Ricardo Saud, também delator. Na ocasião, o primo de Aécio Neves conta o dinheiro e guarda uma parte consigo, enquanto a maior parte do montante permanece na mala que, segundo a Polícia Federal, foi entregue a Mendherson Souza Lima, ex-assessor do senador Zezé Perrela (PMDB-MG), próximo de Aécio Neves. Os policiais seguiram o carro de Mendherson e constataram que a mala foi guardada na casa de sua sogra, em Nova Lima (MG). 


Aécio Neves foi gravado por Joesley Batista, dono da JBS, que firmou acordo de colaboração premiada com o Ministério Público Federal. Na coversa, Aécio Neves pede R$ 2 milhões a Joesley para pagar seus advogados de defesa na Lava-Jato. A conversa foi revelada no dia 16 de maio. No dia seguinte, Frederico e Mendherson foram presos, assim como a irmã de Aécio, Andréa Neves, por decisão do ministro Edson Fachin, relator da Lava-Jato no Supremo Tribunal Federal. Na mesma decisão, Fachin afastou Aécio Neves do mandato no Senado, mas negou pedido de prisão do tucano. 

Na conversa com o dono da JBS, Aécio Neves indica Frederico para receber os repasses da empresa. A gravação de Joesley foi usada como base da denúncia do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, contra Aécio apresentada ao STF. O relator do caso é o ministro Marco Aurélio Mello, que ainda não decidiu se aceita ou não a denúncia. Frederico foi diretor da Cemig, nomeado por Aécio Neves, e um dos coordenadores de sua campanha a presidente em 2014.

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