segunda-feira, 19 de junho de 2017

Eduardo Cunha emite nota da cadeia e diz que o empresário bucaneiro caipira Joesley Batista mente e protege Lula


Preso no Complexo Médico-Penal de Curitiba desde outubro de 2016, o ex-deputado federal Eduardo Cunha (PMDB-RJ) escreveu uma carta para contradizer a entrevista do empresário bucaneiro caipira Joesley Batista à revista Época, publicada no final de semana, e a delação premiada firmada entre ele e a Procuradoria-Geral da República. Condenado a 15 anos e 4 meses de prisão na Lava Jato, Eduardo Cunha classifica Joesley como “delinquente”, “perigoso marginal” e “meliante” e afirma que, ao contrário do que disse à publicação e em seus depoimentos, o empresário não esteve apenas duas vezes com o poderoso chefão da organização criminosa petista e ex-presidente Lula.

Segundo Joesley Batista, os dois encontros com o petista ocorreram em 2006 e 2013 e o interlocutor dele junto ao governo e ao PT era o ex-ministro da Fazenda, o petista Guido Mantega. No texto escrito de próprio punho na cadeia, o peemedebista Eduardo Cunha relata uma reunião ocorrida na casa do empresário bucaneiro caipira Joesley Batista, em São Paulo, no dia 26 de março de 2016, em que Eduardo Cunha, Lula e o anfitrião discutiram o processo de impeachment contra a então presidente Dilma Rousseff. Conforme Eduardo Cunha, o encontro foi marcado a pedido do poderoso chefão da orcrim petista e ex-presidente Lula.

“Ele fala que só encontrou o ex-presidente Lula por duas vezes, em 2006 e 2013. Mentira! Ele apenas se esqueceu que promoveu um encontrou que durou horas, no dia 26 de março de 2016, Sábado de Aleluia, na sua residência à Rua França 553, entre eu, ele e Lula, a pedido do Lula, afim de discutir o processo de impeachment, ocorrido em 17 de abril, onde pude constatar a relação entre eles e os constantes encontros que eles mantinham”, afirma Eduardo Cunha.

Ele ainda diz que seguranças da Casa que o acompanharam à reunião e a locação do veículo que ele utilizou em São Paulo podem comprovar suas declarações. Acusado nos depoimentos do empresário bucaneiro caipira Joesley Batista de receber propina em contratos da Caixa Econômica Federal, do Fundo de Investimentos do FGTS e do Ministério da Agricultura, além de uma mesada para não aderir a um acordo com o Ministério Público Federal, Eduardo Cunha classifica a delação da JBS como “bilionariamente premiada” e lamenta ter convivido com o empresário.

“Lamento ter exposto a minha família à convivência com esse perigoso marginal, na minha casa e na dele, onde hoje fica claro que ele mente para obter benefícios para os seus crimes, ficando livre da cadeia, obtendo uma leniência fiada, mas desfrutando dos seus bilionários bens a vista, tais como jatos, iate, cobertura em NY, mansão em St. Barthy, além de bilhões de dólares no Exterior, dentre outros”, acrescenta a nota de Eduardo Cunha. 

O ex-presidente da Câmara também cita o recurso em que pede ao plenário do Supremo Tribunal Federal a anulação da homologação das delações da JBS. O peemedebista sustenta que a lei que regula os acordos de colaboração “só permite ao Ministério Público não oferecer denúncia contra delator, se ele não for o líder da organização criminosa e for o primeiro a delatar, o que não enquadra o meliante, que além de ser líder não foi o primeiro a delatar. Espero que o STF reveja esse absurdo e bilionário acordo desse delinquente”, ataca.

Eduardo Cunha encerra a nota de repúdio citando as medidas provisórias 783 (Programa Especial de Regularização Tributária) e 784 (leniência com o Banco Central) e afirma que Joesley Batista ainda é “o maior beneficiário de medidas do governo”. “A pergunta que não quer calar é de onde vem o poder dele, que mente, ataca o governo e ainda se beneficia dos atos do governo que o deixam mais rico e impune?”, completa.

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