sábado, 3 de junho de 2017

Equador prende cinco acusados de participar de esquema da Odebrecht

Nesta sexta-feira (2), o Equador deteve mais cinco pessoas na investigação sobre o esquema de propinas da Odebrecht e apreendeu um cheque da empreiteira no valor de US$ 980 mil. "Alguns dos envolvidos têm foro na Corte Nacional de Justiça", informou à imprensa o procurador-geral Carlos Baca, que não revelou os nomes dos detidos. Essa condição impede a prisão de alguns dos envolvidos no esquema de propinas milionárias que a empreiteira é acusada de pagar a funcionários do governo equatoriano. Após as detenções, o novo presidente, Lenin Moreno, e o vice reeleito Jorge Glas – ambos do partido do ex-presidente Rafael Correa – disseram que a Justiça deve punir todos os que cometeram crimes, independentemente de quem seja.

"Não vamos permitir que nenhum ato de corrupção fique impune, venha de onde vier. Todos os envolvidos no caso Odebrecht devem responder à Justiça", escreveu o presidente em sua conta numa rede social. Em seguida, Moreno declarou a jornalistas que as investigações continuarão e que há "muito mais pessoas" envolvidas nesse processo. A operação que resultou na detenção das cinco pessoas, segundo a procuradora Thania Moreno, foi feita em casas e empresas da capital, Quito, no porto de Guayaquil (a maior cidade do país) e em Latacunga, no sul equatoriano. Durante o cumprimento dos mandados de busca e apreensão, disse Moreno, foram encontrados documentos relacionados com a Odebrecht. Além do cheque de US$ 980 mil, foram apreendidos cofres, jóias, carros de luxo, dinheiro, armas sem porte e computadores. Para a procuradora, a operação confirmou que os detidos faziam parte "de um esquema de crime organizado que envolveu a Odebrecht". Carlos Baca, o procurador-geral, voltou nesta sexta-feira do Brasil, aonde veio coletar informações sobre o caso da empreiteira. Ele disse que virá novamente ao país na próxima semana. Em abril, a Justiça equatoriana decretou a prisão preventiva de Alecksey Mosquera, ex-ministro da Eletricidade, que teria recebido US$ 920 mil em propinas da Odebrecht. Acusado de se envolver no esquema juntamente com o ministro, o empresário Marcelo Endara está em prisão domiciliar. Uma ordem judicial bloqueou pagamentos à Odebrecht da ordem de US$ 40 milhões. Além disso, o Estado está proibido, por ora, de firmar mais contratos com a empresa, que ficou de fora do consórcio para a construção do metrô de Quito. Na segunda-feira (29), a República Dominicana prendeu um ministro e outras sete pessoas acusadas de envolvimento no esquema da construtora brasileira.

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