domingo, 11 de junho de 2017

Grupo de pecuaristas dos Estados Unidos pede que Trump investigue e puna a empresa bucaneira caipira JBS


Uma associação de pecuaristas dos Estados Unidos enviou carta ao presidente americano, Donald Trump, pedindo que as autoridades investiguem a atuação da JBS no país. Conhecida como R-Calf USA, a associação pede a alienação imediata de todos os ativos da empresa brasileira nos Estados Unidos se forem comprovadas práticas ilegais. A entidade pede também que o Departamento de Justiça não aceite um acordo de leniência com a empresa brasileira, maior processadora de proteína animal do mundo. A J&F, controladora da JBS, conseguiu fechar um acordo de leniência com o Ministério Público Federal por R$ 10,3 bilhões e negocia com as autoridades americanas acordo semelhante. O documento, de 11 páginas, foi enviado também ao procurador-geral, Jess Sessions, ao secretário de agricultura, Sonny Perdue, e ao senador Charles Grassley, presidente do comitê de Justiça da Casa. A entidade pede que sejam examinadas as relações entre a JBS e congressistas, autoridades e funcionários do Departamento de Justiça, do Departamento de Agricultura, do CFTC (órgão que controla as operações no mercado futuro de commodities nos Estados Unidos) e de outras agências federais. O documento também pede a anulação ou reversão das aprovações dadas pelo governo a operações de fusão e aquisição da companhia brasileira nos Estados Unidos. Fazendo referência às investigações da Polícia Federal, que apontam pagamento de propina pela empresa em troca de vantagens, o sindicato diz que "é nítido agora que o modelo de negócio da JBS dependia fortemente de práticas ilegais e de corrupção para influenciar ações e políticas governamentais assim como decisões por entidades reguladas, como bancos". Por isso, é provável que a companhia tenha adotado a mesma abordagem em sua operação americana, dizem. Por isso, é necessária uma investigação do escopo e impacto dessas práticas sobre a indústria de gado, "constituído por centenas de milhares de fazendas familiares e ranchos e vitalmente importante para o bem-estar econômico na América rural".  A entidade diz que denunciou as práticas da JBS desde sua entrada no mercado americano, em 2007, mas foi ignorada. O documento segue elencando casos suspeitos de atuação da empresa, como na aquisição da fazenda do Smithfield Beef Group and Five Rivers, da Pilgrim's Pride, da McElhaney Cattle Company e de duas plantas de embalagem da XL Four Star Beef.  A entidade ainda levanta suspeitas sobre mudanças na legislação e no quadro regulatório americano que teriam beneficiado a JBS, como o relaxamento de restrições sanitárias à importação e a suspensão da lei que determinava a identificação do país de origem de carne bovina, suína e outras commodities.  "Se essas alegações estiverem corretas, então a JBS zombou das leis e regulações dos Estados Unidos", conclui o pedido, assinado pelo presidente da entidade, Bill Bullard. 

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