sexta-feira, 16 de junho de 2017

Justiça da Espanha autoriza extradição de operador da Odebrecht


A Justiça da Espanha autorizou a extradição do advogado Rodrigo Tacla Duran, que foi alvo da 36ª fase da Operação Lava-Jato, denominada “Dragão”, em novembro do ano passado. Tacla Duran foi preso em Madri no dia 18 de novembro sob a acusação de integrar o Setor de Operações Estruturadas da Odebrecht, que ficou conhecido como o “departamento da propina”. Duran é suspeito de ser um dos operadores de offshores criadas pelo Setor de Operações Estruturadas da Odebrecht. Além da Odebrecht, ele teria atuado para as empreiteiras Mendes Junior e UTC. O advogado teria faturado R$ 61 milhões, entre 2011 e 2013, atuando como operador. Deste total, R$ 54,1 milhões foram pagos por empresas que tiveram contratos com a administração pública. Ele também recebeu valores de outros operadores, como Adir Assad e Júlio Camargo

Como tem nacionalidade brasileira e espanhola, Duran recorreu à Justiça da Espanha para continuar no país. Ele chegou a alegar que corria risco de vida se fosse preso no Brasil. Em fevereiro, ele tinha conseguido a liberdade provisória. Entretanto, no despacho, os magistrados que autorizaram a extradição afirmaram que não há provas dessas ameaças. Os juízes rejeitaram também o argumento de dupla nacionalidade porque Tacla Duran não "construiu" sua vida na Espanha, mas sim no Brasil. O documento destaca ainda o princípio de reciprocidade, ou seja, o Brasil também terá que extraditar, no prazo de três meses, algum investigado na Espanha que tenha dupla nacionalidade assim como Tacla Duran, o que vai contra o artigo 5 da Constituição brasileira. A decisão ainda vai ser avaliada pelo governo espanhol.

Ele foi detido em um hotel e identificado pelas autoridades espanholas com as iniciais R.T.D. Advogado da empreiteira Odebrecht, ele foi citado pela Guarda Civil espanhola como “responsável pelo pagamento de comissões como contrapartida à concessão de contratos de obras públicas e privadas, tanto no Brasil como no exterior". 

Nenhum comentário: