domingo, 11 de junho de 2017

O delator petista Renato Duque diz que a ex-presidente petista da Petrobras, sabia da propina na estatal e também pediu para ela


O ex-diretor da Petrobras, o petista Renato Duque afirmou, na sexta-feira (9), que a ex-presidente da Petrobras, a também petista Graça Foster, sabia de propinas na Petrobras e que chegou a ter prometido, para si, US$ 1 milhão em vantagens indevidas em um contrato da estatal. "Ela me chamou no gabinete e disse o seguinte: eu sei o que foi feito, eu sei que é feito e sei que tem que ser feito. Eu só não sei fazer. Eu preciso da sua ajuda para que isso aconteça", afirmou Duque, durante depoimento ao juiz Sergio Moro. A conversa teria ocorrido na época em que Graça estava na diretoria de Gás e Energia. Ele não deu detalhes sobre a data. Preso pela Operação Lava Jato há pouco mais de dois anos, Duque tenta fechar acordo de delação premiada com o Ministério Público, sem sucesso. Nos depoimentos à Justiça, ele vem admitindo espontaneamente ter recebido propina, sem benefícios. "Hoje eu tenho consciência de que cometi esses crimes. Me arrependo", disse o ex-diretor. Sobre a ex-presidente, Duque ainda afirmou que, por volta de 2012, intermediou um acordo de propina com a multinacional Saipem, que era fornecedora da Petrobras. Segundo ele, ficou combinado que, em troca de dois contratos, a empresa pagaria US$ 2 milhões em propina – metade para José Eduardo Dutra, então presidente da Petrobras, e outro milhão para Graça. O dinheiro, porém, nunca chegou a ser pago –os emissários da Saipem ficavam "empurrando a dívida com a barriga", segundo Renato Duque. "Quando veio a Lava Jato, eu dei isso aí como perdido", afirmou o ex-diretor.

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