terça-feira, 27 de junho de 2017

Papel de FHC não é "pôr lenha na fogueira", diz Rodrigo Maia


O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM), disse que o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) não "colabora" ao "colocar mais pressão nessa crise que o Brasil vive". Maia se referia ao artigo publicado nesta segunda-feira (16) na Folha em que FHC defendeu que Michel Temer renuncie ao mandato. O tucano pediu que o presidente tenha "a grandeza de abreviar seu mandato". O presidente da Câmara reagiu ao artigo em evento da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), durante a tarde. Todo mundo faz de conta que não vê ou não entende o jogo de Fernando Henrique Cardoso. O jogo é claro, ele quer voltar à Presidência da República, com o apoio do PT, e dessa forma salvar Lula da cadeia.

Ele disse que o ex-presidente sempre discutiu "de forma tão competente, a vida inteira, todos os temas da sociedade", mas ao falar sobre a renúncia de Temer "parece que está querendo participar desse processo, como se estivesse querendo voltar ao passado, como se fosse um jovem estudante, querendo marcar uma posição". Para o deputado, essas questões devem ser discutidas após a apresentação da denúncia do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, contra o presidente, alvo de gravação e delação da cúpula do grupo J&F. Segundo ele, um político com a importância de FHC não pode "ficar gerando menos estabilidade".

"Vai chegar a denúncia. É grave, tudo é grave, ninguém está dizendo que não. Mas o nosso papel, como políticos que estão em posição de destaque, políticos que já exerceram função importante como a Presidência, não é colocar lenha na fogueira nesse momento", afirmou. "Um discurso com mais paciência, mais conservador, colabora mais. Eu acho que ele pode colaborar de outras formas, não com essa". O ex-presidente ainda sugeriu no artigo que, como saída para a crise política, sejam convocadas eleições gerais. Questionado se a possibilidade é factível, Maia apenas criticou as divergências entre os tucanos.

"Sabe o que acontece? No início da crise, parte do PSDB defendia eleição indireta, aí a aparece o 'diretas já'. Eu acho que esse ziguezague não colabora com o Brasil", disse. Os pedidos de impeachment de Temer, segundo ele, não serão colocados em andamento porque todos os fatos listados nas representações "certamente estão na denúncia" da Procuradoria-Geral da República. 

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