quinta-feira, 29 de junho de 2017

Planalto tenta emplacar relator aliado para analisar denúncia


A base governista intensificou nesta quarta-feira (28) a pressão para que a denúncia criminal contra Michel Temer seja relatada por um deputado alinhado ao Palácio do Planalto. A escolha do nome cabe formalmente a Rodrigo Pacheco (PMDB-MG), do partido de Temer e presidente da Comissão de Constituição e Justiça da Câmara, etapa inicial de tramitação da acusação. Pacheco, porém, tem feito reiteradas declarações de que não aceitará "interferência do governo na escolha".

O Planalto tem predileção por Alceu Moreira ou Jones Martins, ambos do PMDB do Rio Grande do Sul, e Laerte Bessa (PR-DF). Todos são alinhados ao governo. A oposição pede um nome "independente" e sugeriu Tadeu Alencar (PSB-PE). Outros cotados da base governista, mas considerados de perfil mais independente, são Marcos Rogério (DEM-RO), Sergio Sveiter (PMDB-RJ), Esperidião Amin (PP-SC) e José Fogaça (PMDB-RS).

Na terça-feira, Pacheco recebeu em seu gabinete vários parlamentares, entre eles Beto Mansur (PRB-SP), um dos principais deputados que atuam como elo entre Temer e o Legislativo. Cabe ao presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), encaminhar a acusação para a CCJ, que dará um parecer sobre o caso.

A palavra final, porém, cabe ao plenário da Câmara. É preciso o apoio de pelo menos 342 dos 513 deputados para que o Supremo Tribunal Federal seja autorizado a analisar a denúncia. Se o aval for dado e a corte a aceitá-la, é aberto o processo, com o consequente afastamento de Temer do cargo. O presidente foi denunciado pela Procuradoria-Geral sob a acusação de ser o real destinatário de uma mala contendo propina de R$ 500 mil, além de promessa de outros R$ 38 milhões em vantagem indevida, ambas da empresa JBS. 

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