domingo, 11 de junho de 2017

Polícia Federal fez buscas na sede da JBS e da FB Participações


A Polícia Federal realizou na sexta-feira (9) uma operação em São Paulo na sede da empresa JBS e de sua controladora, a FB Participações S/A, para busca e apreensão de material. Foram apreendidos documentos, mídias, telefones celulares e informações de HDs. Também foram expedidos quatro mandados de condução coercitiva, mas uma pessoa não foi localizada. O nome dos investigados não foi divulgado. A ação apura se houve uso indevido de informações privilegiadas por parte da JBS S/A e da FB Participações S/A na compra e venda de dólares nos dias anteriores à delação de Joesley e Wesley Batista, donos do holding J&F, que controla a JBS. A Operação Tendão de Aquiles ocorre em conjunto com a Comissão de Valores Mobiliários (CMV), órgão regulador do mercado de capitais. O objetivo da operação é investigar a atuação da JBS e de sua controladora no mercado de dólar futuro e negociações do acionista controlador com ações da empresa. As operações foram feitas dias antes da divulgação da delação premiada dos executivos da empresa, que mexeu com o mercado financeiro. As transações de mercado apuradas ocorreram entre abril e maio de 2017. A delação da JBS foi divulgada pela imprensa em 17 de maio. 


Na CVM, há 11 investigações abertas após as notícias atreladas à delação de executivos e acionistas controladores da JBS. "Há indícios de que essas operações ocorreram com o uso de informações privilegiadas, gerando vantagens indevidas no mercado de capitais num contexto em que quase todos os investidores tiveram prejuízos financeiros", afirma a Polícia Federal. Segundo a Polícia Federal, os investigados poderão ser responsabilizados por crime contra o mercado de capitais, com penas que preveem entre 1 e 5 anos de prisão e multa de até três vezes o valor da vantagem ilícita obtida. Os mandados de busca e apreensão foram expedidos três semanas após o ministro Luiz Edson Fachin, relator da Operação Lava Jato no Supremo Tribunal Federal, homologar a delação premiada dos proprietários do frigorífico JBS. Após a assinatura da delação, a JBS admitiu que havia comprado dólar nos dias anteriores. A compra na véspera do vazamento dos aúdios da delação premiada da JBS teria levado a empresa a obter ganhos financeiros, já que a cotação da moeda disparou 8,15% após a delação ser divulgada. Para o Ministério Público Federal, a JBS teria negociado valores mobiliários em condições consideradas fora do padrão da própria empresa. Segundo o Ministério Pùblico Federal, as operações ocorreram no período em que os principais diretores do grupo empresarial negociavam termo de delação premiada junto à Procuradoria Geral da República. 

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