terça-feira, 27 de junho de 2017

Queijos minas frescal são reprovados em teste de qualidade


Em teste de qualidade realizado pela Proteste, nove marcas de queijo minas frescal foram reprovadas por apresentarem quantidades de gorduras totais superiores às apresentadas na embalagem. Também houve divergência em relação ao teor de sódio dos produtos, o que significa que o produto pode não ser tão saudável quanto o consumidor acredita. A análise laboratorial avaliou a qualidade e a veracidade da composição, além de condições de higiene e rotulagem de dez amostras de queijo minas frescal coletadas em supermercados do estado de São Paulo. 

Os resultados revelaram que 90% das amostras apresentaram mais gordura total do que a apresentada na embalagem. Segundo Juliana Dias, técnica da Proteste responsável pela pesquisa, embora essa constatação não represente um risco à saúde do consumidor, ele está sendo enganado ao comprar um produto que acredita ser saudável por supostamente ter um baixo teor de gordura que, na verdade, não tem.

As marcas analisadas pela Proteste foram: Keijobon, Keijobon (sem sal), Fazenda Bela Vista, Sol Brilhante (com redução de sal), Puríssimo, Puríssimo Light (com redução de sal), Tirolez, Balkis, Ipanema e Quatá.

Apesar de apresentarem todas as informações exigidas por lei nas embalagens, a diferença de quantidade entre o rótulo e a análise laboratorial se mostrou superior à estabelecida na legislação (diferença de até 20% entre a quantidade exibida no rótulo e a quantidade do produto). A versão com sal da Keijobom foi a única que apresentou resultado satisfatório neste quesito. Enquanto isso, as marcas Fazenda Bela Vista, Sol Brilhante (com redução de sal), Puríssimo (com e sem redução de sal), Tirolez, Balkis (sem sal), Ipanema, Quatá e a versão Keijobom foram consideradas insatisfatórias.

Em três produtos avaliados, a quantidade de sódio no produto foi inferior à descrita no rótulo. A amostra da Quatá teve uma variação entre o descrito no rótulo e o medido em laboratório de 29% e a marca Keijobon, 31%. Por outro lado, o queijo Puríssimo Light (com redução de sal) que indicava conter 40% menos sódio, na verdade possui 47% a mais de sódio em comparação ao prometido no rótulo.

Quase todas as marcas analisadas indicaram quantidades superiores de gorduras totais em relação às embalagens. No rótulo do queijo minas frescal da marca Keijobon (sem sal), uma fatia de 30 gramas corresponde a 3 gramas de gordura. No entanto, o teste mostrou que essa mesma quantidade possui, na verdade, 7,4 gramas de gordura, ou seja, uma diferença de 145%. Já as marcas Puríssimo (com sal) e Sol Brilhante apresentaram uma quantidade superior de 56% e 53%, respectivamente.

Em relação à quantidade de gordura, apenas a versão Puríssimo Light se mostrou dentro dos padrões exigidos pelo Ministério da Agricultura para classifica-lo como tipo minas, cuja definição é “queijo semigordo de alta umidade”. Por outro lado, nenhum produto apresentou teor de umidade fora do limite da legislação.

A Associação também não detectou a presença de amido nas amostras ou de micro-organismos patogênicos (aqueles que fazem mal a saúde do consumidor), o que conferiu à todas as amostras uma classificação final satisfatória para compra (igual ou superior a três estrelas).

A Protestes informou que já apresentou os resultados ao Ministério da Agricultura e à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), para que sejam tomadas medidas – revisão da classificação dos produtos e adequação do rótulo, respectivamente – para que esses tais problemas deixem de existir.

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