sábado, 15 de julho de 2017

Gerente diz que doleiro mandava "pacotes" para a Fetranspor


O gerente financeiro da Federação das Empresas de Transportes de Passageiros do Estado do Rio de Janeiro (Fetranspor), Carlos Roberto Alves, afirmou, em depoimento à Polícia Federal, que o presidente do Conselho de Administração da entidade, José Carlos Lavouras, recebia semanalmente “pacotes” de uma corretora de valores usada pelo esquema de desvio de recursos do sistema de transportes do estado. À Polícia Federal, Alves disse “que acredita que em tais pacotes pudesse haver dinheiro”. Alves está preso, e Lavouras, que tem cidadania portuguesa, foi detido em Portugal, onde precisa se apresentar diariamente à Justiça.

De acordo com o Ministério Público Federal, a Hoya, do doleiro e delator Álvaro José Novis, era utilizada para operar a propina do esquema da Fetranspor. Investigadores sustentam que Lavouras era o responsável por ordenar os pagamentos direcionados a agentes públicos, em troca de vantagens como aumentos nas passagens e benefícios tributários. Donos de empresas de ônibus, como o próprio Lavouras, também se beneficiaram — segundo o Ministério Público Federal, só ele ficou com R$ 40,7 milhões.

Alves também contou que entregava envelopes com documentos à corretora, a mando de Lavouras. Para o Ministério Público Federal, eram planilhas com a contabilidade da organização criminosa — esta seria a função de Alves no grupo.

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