domingo, 30 de julho de 2017

Ministro da Defesa não descarta a possibilidade de haver mortes em operações no Rio


O ministro da Defesa, Raul Jungmann, afirmou que mortes poderão ocorrer, embora a operação no Rio de Janeiro, com o emprego de mais de 10 mil soldados do Exército, tenha como objetivo salvar vidas. Os efeitos colaterais de uma guerra, termo usado pelo próprio ministro, podem ser inevitáveis. Ele afirmou que as forças militares estão unidas e que não irão recuar. "Quando usei estes termos eu pensei no seguinte: estamos no Rio de Janeiro para promover a segurança e a paz. Porém, se vierem reações, estamos determinados. Não vamos recuar. O Rio de Janeiro quer segurança e paz e estamos aqui, junto com a sociedade, para promover isso. Se não interrompermos essas mortes, os assassinatos de policiais, saiba que isso nos diz respeito. O que o governo federal vai fazer, por meio de suas forças policiais, é estar ao lado para punir e encontrar os responsáveis. Vida não importa de quem seja, nos diz respeito. Ela é o objetivo superior. Essa operação é para salvar vidas. Evidentemente que, quem comete o delito, tem que responder à lei", disse Jungmann,  que na quinta-feira já havia usado o termo 'guerra' ao falar sobre a ação das forças nacionais.

As tropas federais vão seguir um planejamento conjunto em que a Secretaria de Segurança irá definir as metas e prioridades. Segundo o ministro da Defesa, as tropas irão atuar na rua em apoio, mas nada de ocupações. "A inteligência vem na frente. Não vou descartar tropa na rua. Quem vai nos orientar são as demandas da Secretaria de Segurança. As tropas militares vão atuar em apoio. O cardápio é toda e qualquer ação para golpear a capacidade de reduzir as mortes. Quem vai dizer para onde ir é a Secretaria de Segurança, a polícia daqui. Eles estão acostumados, conhecem o terreno",  ressaltou.

O ministro não quis detalhar as ações, mas explicou que a operação iniciada às 14 horas de sexta-feira é a primeira fase de reconhecimento. "Nós teremos tropas na rua por um determinado período e, posteriormente, sua participação em áreas mais extensas. Não haverá uma rotina de emprego dos militares. Se tiver o cumprimento de mandato em determinada área, poderemos fazer operação de cerco. Isso seria uma grande dificuldade para a polícia sozinha. Serão missões específicas. Não há uma rotina de participação das Forças Armadas", completou Jungmann. 

Após recolher dados na fase de reconhecimento, os militares atuarão em missões específicos para o combate ao crime organizado. As operações, segundo Jungmann, serão sequenciadas. "A inteligência é um diagnóstico. Não estou descartando nada. O que vai nortear essa ação conjunta será justamente onde está a capacidade operacional do crime, seus meios, seu arsenal, seu circuito. Isso não dará resultados do dia para a noite. Não vamos ter mágica, pirotecnia. Será um trabalho duro e continuado. É isso que vai dando os resultados", explicou o ministro. Jungmann pediu o crédito da população para o sucesso da operação: "Estamos aqui sem fazer promessas mirabolantes. Estamos dentro de um conceito integrado para trabalhar duro".

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