quarta-feira, 26 de julho de 2017

MST invade fazendas de Henrique Eduardo Alves e Eike Batista

A organização terrorista clandestina Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) invadiu novas fazendas no País, com parte das manifestações da Jornada Nacional de Lutas pela Reforma Agrária e contra as reformas propostas pelo governo do presidente Michel Temer. Na noite de ontem (25), integrantes do movimento ocuparam uma área da Chapada do Apodi, no oeste do Rio Grande do Norte. A Polícia Militar confirma a invasão. Segundo o movimento, o Projeto do Perímetro Irrigado Santa Cruz de Apodi pertence ao ex-ministro do Turismo, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN). “Esse projeto é resultado de uma articulação, do então Ministro da Integração Nacional, Henrique Alves, junto à bancada ruralista e as multinacionais do agronegócio”, afirma o movimento, em nota. Alves foi preso pela Polícia Federal em junho deste ano na Operação Manus, suspeito de corrupção e lavagem de dinheiro na construção da Arena das Dunas, em Natal. As fraudes somariam R$ 77 milhões. O deputado cassado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) também é acusado de participar do esquema.

Segundo o MST, o perímetro irrigado é conhecido como “projeto da morte” e é palco de conflitos e protestos de camponeses contrários ao processo de instalação do agronegócio na região desde 2012. O grupo pede que as terras desapropriadas pelo Departamento Nacional de Obras contra a Seca (Denocs) para construção do perímetro sejam destinadas à reforma agrária. “De acordo com os vários estudos de impacto ambiental, o Perímetro Irrigado Santa Cruz de Apodi não tem nenhuma viabilidade técnica – pois a água existente só viabilizaria o projeto por cinco anos; social – haja vista expropriar as famílias que já vivem na região, representando o que se têm chamado de “reforma agrária ao contrário””, ressaltou o MST.

Desde ontem (25), foram invadidas, conforme o MST, terras de pessoas acusadas, no cumprimento de função pública, de atos de corrupção, como lavagem de dinheiro, favorecimento ilícito, estelionato e outros. As manifestações ocorrem nos estados do Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro, Mato Grosso, Sergipe, Rio Grande do Norte, Piauí e Maranhão. Os terroristas dos sem-terra invadiram também na madrugada de hoje (26), um complexo de fazendas com cerca de 700 hectares, em São Joaquim de Bicas, próximo a favela Nazaré,  na região metropolitana de Belo Horizonte. As terras fazem parte da empresa MMX, de Eike Batista. Segundo o movimento, as terras encontram-se abandonadas após exploração mineral desordenada. 

Desde 8 de março deste ano, 600 famílias, ocupam a fazenda Santa Terezinha, no município de Itatiaiuçu, também do empresário, acusado de corrupção e que está em prisão domiciliar. A Polícia Militar de Minas Gerais confirma que recebeu um chamado sobre invasão de propriedade no local. Segundo a Polícia Militar, cerca de 80 pessoas estão no complexo.

Uma das áreas que continua ocupada é a fazenda do grupo Amaggi, em Mato Grosso, pertencente ao ministro da Agricultura, Blairo Maggi. “Eu considero como uma atividade política que tem seu dia para começar e seu dia para terminar”, comentou hoje Maggi. De acordo com ele, a propriedade é produtiva e não tem motivo para ser desapropriada. 

Localizada a pouco mais de 20 quilômetros de Rondonópolis, às margens da rodovia BR-163, a Fazenda SM02-B, invadida pelo MST, tem uma extensão de 479,7 hectares e é uma das mais antigas unidades produtivas da Amaggi, com atividades desde a década de 1980. Segundo a Amaggi, o departamento jurídico do grupo segue buscando os meios legais para solucionar a situação.

A Vara Única da Comarca de Piraí, no Estado do Rio de Janeiro, acolheu pedido de liminar dos advogados do ex-presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF),  Ricardo Teixeira, visando a reintegração de posse da Fazenda Santa Rosa, invadida no início da manhã de ontem (25) por terroristas do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). Com isso, integrantes do MST começaram a sair do imóvel na manhã de hoje, após a realização de um último ato político.

Em São Paulo, a Justiça determinou a reintegração de posse da fazenda Esmeralda, no município de Duartina, no interior paulista, que também foi invadida desde ontem (26) pelo MST. A fazenda pertence a empresa Argeplan, que tem como sócio João Baptista de Lima Filho, amigo do presidente da República, Michel Temer. De acordo com o advogado da Argeplan, Sylvio Carloni, a decisão judicial de desocupação deveria ser cumprida imediatamente. Como os terroristas dos sem-terra ainda não deixaram a fazenda, a Polícia Militar deverá realizar a reintegração de posse. 

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