terça-feira, 4 de julho de 2017

Pais de vítimas da Kiss pedem saída de promotores que atuam no processo criminal


Os quatro pais de vítimas da tragédia da Boate Kiss, que haviam sido processados por promotores e ex-promotores de Santa Maria, anunciaram, em entrevista coletiva na sexta-feira (30), em Santa Maria, novas ações que pretendem colocar em prática. A principal delas é pedir a retirada dos dois promotores que atuam também no processo criminal da tragédia, Joel Dutra e Maurício Trevisan. Ambos moveram ação contra os pais e também foram os responsáveis pela acusação dos quatro réus no processo criminal que apura a responsabilidade pelo incêndio ocorrido em janeiro de 2013. Sérgio da Silva, presidente da Associação de Vítimas da Tragédia, disse que a medida busca dar transparência para o caso: "Se estamos lutando contra eles, como é que nós vamos nos unir a eles para acusar alguém? Qual a moralidade que tem nisso? Então, queremos moralidade nesse processo".

Os pais também disseram, por meio de uma nota de repúdio, que não concordam com o pedido de absolvição feito pelo Ministério Público porque consideram que são inocentes e não cometeram calúnia contra os promotores. Nesta semana, o Ministério Público protocolou o pedido de absolvição dos pais Paulo Tadeu Nunes de Carvalho, Sérgio da Silva e Flávio da Silva que foram processados pelos promotores de Justiça Ricardo Lozza, Joel Oliveira Dutra e Maurício Trevisan.

Conforme o Ministério Público, o pedido de absolvição foi feito porque os promotores estão satisfeitos com o resultado dos processos, antes mesmo da conclusão, pois conforme o órgão, as ofensas dos pais aos promotores cessaram. O Ministério Público alega ainda que, no momento em que o recurso dos pais foi negado pelo Tribunal de Justiça, no início da semana, ficou claro que os promotores agiram corretamente durante todo o processo.

Uma mãe de vítima da tragédia, Irá Beuren, também é processada, mas, pelo promotor aposentado João Marcos Adede y Castro e o filho dele, Ricardo Luís Schultz Adede y Castro. Irá é processada por injúria, difamação e falsidade ideológica. Como são processos diferentes, os pais querem que os autores desse caso retirem o processo contra a mãe, pois também consideram que ela não cometeu crime. A defesa de Irá disse que vai aguardar a sentença, já que o processo está em fase mais adiantada.

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