domingo, 9 de julho de 2017

Temer recebe Rodrigo Maia no Jaburu para tratar da crise política

O presidente Michel Temer se reuniu com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), no fim da manhã deste domingo (9) para discutir o agravamento da crise política e a votação da denúncia apresentada contra o peemedebista. Temer chamou Rodrigo Maia ao Palácio do Jaburu por volta das 11 horas. Os dois conversaram por pouco mais de uma hora na residência oficial do presidente. 

O governo quer acelerar a votação da denúncia contra Temer na Comissão de Constituição e Justiça e no plenário da Câmara, mas o cronograma estabelecido até agora deixa aberta a possibilidade de que o processo só seja concluído em agosto - após o período de recesso parlamentar que começa em 18 de julho. Auxiliares de Temer tentam articular a suspensão desse recesso, com o adiamento da votação da Lei de Diretrizes Orçamentárias. Oficialmente, os parlamentares só saem de folga se esse projeto for votado até o dia 17. Nesse cenário, seria preciso entrar em acordo com as bancadas para evitar também o chamado "recesso branco", em que as atividades no Congresso são mantidas, mas não há sessões de votação convocadas. 

Temer também recebeu neste domingo (9) o presidente do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE), que recomendou cautela ao governo para a votação da reforma trabalhista, na terça-feira (11). Há promessa de votos suficientes para aprovar o texto, mas a margem pró-governo é apertada. Dos 81 senadores, 42 declararam apoio ao texto. O governo precisa de ao menos 41 para ganhar a votação no plenário. São contra a proposta pelo menos 23 senadores, de acordo com a enquete e 16 não se manifestaram. 

Primeiro na linha sucessória do Palácio do Planalto, Maia poderá assumir interinamente o cargo por até seis meses caso a Câmara e o Supremo Tribunal Federal aprovem o recebimento da denúncia que acusa Temer de corrupção passiva. O afastamento só se dá após análise da Justiça, mas antes é necessário aval da Câmara por ao menos 342 votos. Maia tem dado declarações públicas em que enfatiza sua lealdade a Temer. Ele não tem feito movimentos para minar a sustentação dada ao presidente no Congresso, mas já recebeu em sua casa dezenas de deputados que participam dessas articulações. Na Alemanha, na sexta-feira (7), Temer disse que confia no presidente da Câmara. "Acredito plenamente. Ele só me dá provas de lealdade", afirmou.

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