sábado, 15 de julho de 2017

Tiroteio na parte antiga de Jerusalém deixa 5 mortos

Três homens abriram fogo na Cidade Velha de Jerusalém, fizeram três vítimas nesta sexta-feira (14), sendo abatidos por agentes israelenses na Esplanada das Mesquitas, no incidente mais grave registrado nos últimos anos nessa área extremamente sensível. Poucas horas após o ataque, a polícia israelense deteve brevemente o mufti de Jerusalém, Mohammed Hussein, que estava reunido com outros palestinos na Cidade Velha para denunciar o fechamento da Esplanada das Mesquitas.

Um dos filhos de Ahmad informou que seu pai havia sido interrogado "pela polícia sobre o que eles chamaram de incitação à violência a respeito de seu chamado para que os muçulmanos fossem a Jerusalém". Além disso, um palestino foi morto em confrontos com as forças israelenses em um campo de refugiados perto da cidade de Belém, na Cisjordânia, segundo o Ministério palestino da Saúde, que identificou a vítima como Bara Hamamdah, de 18 anos. 


Após o incidente na Esplanada das Mesquitas, a polícia israelense anunciou que todos os acessos ao local, situado em Jerusalém Oriental foram fechados e que as orações desta sexta-feira não seriam celebradas. Frente à possibilidade de aumento das tensões, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, e o presidente palestino, Mahmmud Abbas, conversaram por telefone pela manhã, informou a agência de notícias palestina Wafa.

O presidente Abbas condenou o incidente e manifestou "sua rejeição a todo ato de violência, venha de onde vier, especialmente em lugares de culto", afirmou a Wafa, acrescentando que "o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, fez um apelo à calma". Este foi o primeiro ataque com arma de fogo em muitos anos na parte antiga da cidade, segundo comentaristas. Os últimos 20 meses têm sido marcados, porém, por uma série infindável de ataques com facas praticados por terroristas palestinos islâmicos. Dois policiais feridos no incidente faleceram pouco depois do ataque, enquanto um terceiro agente se recuperava de ferimentos leves, segundo a Polícia.

Os dois agentes mortos, Hail Satawi, de 30 anos, e Kamil Shanan, de 22, faziam parte da minoria árabe drusa de Israel, muito presente na Polícia e no Exército israelenses. De acordo com a Polícia e com o Shin Bet, o serviço de Inteligência interna de Israel, os três agressores eram árabe-israelenses, oriundos da cidade de Um el-Fahm (norte). Eles foram identificados como Mohamed Khabarin e Mfadal Khabarin (ambos de 29 anos) e Abdel Latif Khbarin (19 anos).

Às 7h (1h de Brasília), os agressores abriram fogo contra os policiais israelenses perto de um acesso à Cidade Antiga de Jerusalém e, em seguida, fugiram para a Esplanada das Mesquitas, onde foram mortos pelas forças de segurança, de acordo com a Polícia. Em um vídeo divulgado por veículos da imprensa israelense e da palestina é possível ouvir os tiros na Esplanada das Mesquitas.

O ministro israelense da Segurança Pública, Gilad Erdan, foi ao local e chamou o ataque de "evento extremamente grave". "Vamos ter de reavaliar todos os dispositivos de segurança no Monte do Templo e seus arredores. Exorto os líderes de ambos os lados a manter a calma em Jerusalém", acrescentou.

Segundo a imprensa israelense, é a primeira vez desde 2000, quando teve início a Segunda Intifada, que as orações de sexta-feira são canceladas. O mufti de Jerusalém, Mohamed Hussein, denunciou à imprensa que a Esplanada dos Mesquitas havia sido isolada, e as orações, canceladas. As autoridades israelenses "não querem que as pessoas fiquem na mesquita de Al-Aqsa", indicou.

"O governo palestino condena todos os procedimentos da ocupação israelense em Al-Aqsa e o impedimento das pessoas de orar na sexta-feira", declarou o porta-voz do governo palestino em Ramallah, Tarik Rashmawi. Al-Aqsa está localizada no Monte do Tempo e é o terceiro lugar mais sagrado do Islã. Logo abaixo, o Muro das Lamentações é o local mais sagrado do Judaísmo.

O porta-voz do Hamas, Sami Abu Zhori, considerou que o ataque desta sexta-feira foi "uma resposta natural ao terrorismo sionista e à profanação da mesquita de Al-Aqsa", em um comunicado publicado no site do Hamas. "O status quo será preservado", garantiu Benjamin Netanyahu, na tentativa de tranquilizar os palestinos.

De acordo com um status quo em vigor há décadas, os judeus têm permissão para visitar a Esplanada, mas não de rezar no local. Desde outubro de 2015, Israel e os Territórios Palestinos vivem uma onda de violência produzida pelo terrorismo islâmico, que já resultou na morte de 280 terroristas palestinos, 42 israelenses, dois americanos, dois jordanianos, um eritreu, um sudanês e uma britânica.

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