terça-feira, 11 de julho de 2017

UTC fecha acordo de leniência com CGU e pagará multa de R$ 574 milhões

A empreiteira corrupta e propineira UTC, investigada na Operação Lava Jato, assinou nesta segunda-feira acordo de leniência com a Controladoria-Geral da União e a Advocacia-Geral da União. Pelo acordo, a empresa se comprometeu a pagar 574 milhões de reais de multa em ressarcimento aos cofres públicos. Segundo a AGU, é o primeiro acordo de leniência firmado pelo governo federal com base na Lei Anticorrupção (Lei 12.846/2013), conhecida também como Lei da Delação Premiada. Nas investigações da Lava Jato, Ricardo Pessoa, empresário propineiro dono da UTC e um dos delatores, confirmou que participava de um cartel de empresas que fraudavam licitações da Petrobras e que pagou propina a ex-diretores em contratos obtidos com a estatal.

A possibilidade de empresas investigadas assinarem acordos de leniência está prevista na Lei Anticorrupção. O acordo pode ser celebrado com empresas que colaborarem na investigação do processo administrativo instaurado para apurar desvios. De acordo com a lei, as empresas investigadas deverão identificar os envolvidos em irregularidades para receber, em troca, redução nas punições administrativas, como a diminuição de dois terços de multa, além de não serem declaradas inidôneas para assinar contratos com o Poder Público. 

Em 2015, o Tribunal de Contas da União decidiu que os acordos de leniência firmados pela CGU não precisam de aprovação prévia do Ministério Público Federal, que também tem firmado acordo com empresas investigadas. Antes da decisão do Tribunal de Contas da União, o Ministério Público Federal queria proibir a CGU de celebrar acordos de leniência com empresas investigadas na Lava Jato, que não tenham feito acertos com o próprio órgão. O governo federal defendeu a competência da CGU e entendeu que os acordos não têm por objetivo salvar empresas, mas preservar obras públicas e empregos gerados pela atuação dessas empresas. O acordo firmado com a UTC é uma gracinha de benéfico para quem praticou crimes de tamanha monta. A empresa propineira terá a bagatela de 23 anos para pagar a multa de 574 milhões de reais. A empreiteira corrupta terá de pagar a bagatela de 2 milhões de reais por ano, a preços de hoje, o que não fará qualquer diferença no caixa do grupo empresarial corrupto. Isso é Brasil!!!

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