segunda-feira, 14 de agosto de 2017

Procurador eminência parda da Lava Jato diz que ele e colegas recusaram encontro no Jaburu às vésperas da votação do impeachment

A força-tarefa da Operação Lava-Jato de Curitiba foi convidada "a comparecer no Palácio do Jaburu à noite" às vésperas da votação do impeachment da presidente Dilma Rousseff, no ano passado. A informação do convite foi revelada nesta segunda-feira (14) pelo procurador Carlos Fernando dos Santos Lima, integrante da força-tarefa, que participa do Fórum de Compliance da Câmara Americana de Comércio (Amcham), em São Paulo. Na ocasião, o Palácio do Jaburu era a residência oficial do vice-presidente Michel Temer. "Tenho para mim que encontros fora da agenda não são ideais para nenhuma situação de um funcionário público. Nós mesmos, às vésperas do dia da votação do impeachment, fomos convidados a comparecer no Palácio do Jaburu, à noite, e nos recusamos. Nós entendíamos que não tínhamos nada a falar com o eventual presidente do Brasil naquele momento", afirmou. "Só houve um convite e nós recusamos", enfatizou o procurador.

Carlos Fernando dos Santos Lima, que é o verdadeiro "Rasputin" da força tarefa da Operação Lava Jato, a eminência parda da força-tarefa da Operação Lava Jato (o procurador Deltan Dallagnon é apenas o boneco do ventríloquo), trouxe o fato à tona após ser questionado sobre sua opinião a respeito do encontro fora da agenda oficial que a futura procuradora-geral da república, Raquel Dodge, teve com o presidente Michel Temer na noite do último dia 8. Lima reforçou que "todo funcionário público é responsável pelos atos que têm". O que ele diz é uma bobagem, porque presidente da República é presidente em tempo integral, e se quer chamar alguém à sua residência oficial para conversar, tem toda a liberdade para isso. 

O "Rasputin" Carlos Fernando dos Santos Lima continuou: "Eu não sou o corregedor do Ministério Público. Eu posso dizer por nós. Nós estivemos em uma situação semelhante e nos recusamos a comparecer. Nós temos agora que avaliar as consequências dentro da política que o Ministério Público vai ter a partir da gestão dela". Ou seja, o sujeito já está se colocando contra a procuradora geral que foi indicada pelo Presidente da República. O que esses procuradores fundamentalistas querem é já bastante conhecido, o projeto estratégico deles é transformar o Ministério Público em um quarto poder formal do Estado nacional. Mas, não vão levar, nem que intimidem toda a classe política brasileira. 

Um comentário:

Unknown disse...

Muito bem colocado, Vitor, essa limitação de horários de expediente pode servir para operadores de turno, mas não para servidores públicos do mais alto escalão do governo que, pelos salários absurdos e abusivos que recebem, deveriam estar totalmente a disposição para a qualquer momento para reuniões formais sim, pois independente do horário, todas essas conversas são formais e oficiais, independente da testemunho do sol ou da lua, ou melhor dizendo, da tempestade que está esse governo...