quarta-feira, 30 de agosto de 2017

Procuradoria Geral da Republica encaminha delação de Funaro para homologação de Fachin no Supremo


A delação do doleiro Lúcio Bolonha Funaro chegou nesta terça-feira ao gabinete do ministro Luiz Edson Fachin, relator da Operação Lava Jato no Supremo Tribunal Federal. Cabe a ele homologar o acordo que Funaro firmou com a Procuradoria-Geral da República. Após a conclusão do procedimento, o Ministério Público Federal poderá utilizar as informações prestadas pelo operador financeiro para levar as investigações adiante. Antes de homologar a delação, Fachin convocará o colaborador para confirmar que o acordo foi assinado de forma espontânea. O acordo foi assinado há uma semana, na sede da Procuradoria Geral da República, em Brasília. O doleiro vem prestando depoimentos aos investigadores desde então. 

O conteúdo da delação é mantido em sigilo. Nas conversas com a Procuradoria Geral da República, Funaro detalhou a sua atuação como operador de propinas do PMDB na Câmara dos Deputados. O grupo político é liderado pelo presidente Michel Temer (PMDB) e tem entre os seus principais integrantes os ministros Eliseu Padilha e Moreira Franco e os ex-ministros Geddel Vieira Lima e Henrique Eduardo Alves. Além deles, outro importante representante dos peemedebistas da Câmara é o ex-deputado Eduardo Cunha, preso em Curitiba por ordem do juiz Sergio Moro. 

A expectativa dos investigadores é que as informações do doleiro contribuam para a nova denúncia que o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, vai apresentar contra Temer. Funaro e Cunha prometiam ter informações capazes de comprometer o presidente, sobretudo em relação à arrecadação de valores para a bancada do PMDB na Câmara. Por esse motivo, travavam um duelo para fechar um acordo de delação e usufruir de seus benefícios: com as mesmas coisas a dizer, não faria sentido para a Procuradoria-Geral da República que ambos colaborassem.

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