quarta-feira, 6 de setembro de 2017

Carmém Lúcia pede investigação sobre áudio de delatores da JBS

A presidente do Supremo Tribunal Federal, ministra Cármen Lúcia, informou, em nota, que pediu à Polícia Federal que investigue as citações de ministros da Corte nas gravações entregues pela JBS à Procuradoria-Geral da República. Segundo a ministra, a investigação é necessária para que não fique dúvidas sobre a dignidade dos integrantes do Supremo. "Agride-se, de maneira inédita na história do país, a dignidade institucional deste Supremo Tribunal e a honrabilidade de seus integrantes", disse a ministra.

As declarações da ministra foram motivadas pelas citações a ministros da Corte em áudios entregues pela JBS à Procuradoria-Geral da República. O sigilo das gravações foi retirado no início da noite pelo ministro Edson Fachin. Na segunda-feira (4), o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, anunciou a abertura do processo de revisão do acordo de colaboração de Joesley Batista, Ricardo Saud e Francisco e Assis e Silva, delatores ligados à JBS.

A possibilidade de revisão ocorre diante das suspeitas dos investigadores do Ministério Público Federal de que o empresário Joesley Batista e outros delatores esconderam fatos criminosos durante o processo de delação. Janot explicou que um áudio entregue pelos advogados da JBS narra supostos crimes que teriam sido cometidos por pessoas ligadas à Procuradoria Geral da República e ao Supremo. A gravação foi entregue, por descuido dos advogados, como uma nova etapa do acordo.

Segundo Janot, um dos suspeitos é o ex-procurador Marcelo Miller. A suspeita da Procuradoria Geral da República é que Miller atuou como “agente duplo” durante o processo de delação. Ele estava na procuradoria durante o período das negociações e deixou o cargo para atuar em um escritório de advocacia em favor da JBS. 

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