quarta-feira, 13 de setembro de 2017

Governadores de sete Estados pedem encontro de contas para sanar dívidas com a União


Reunidos em Diamantina (MG) por ocasião de cerimônia em homenagem a Juscelino Kubitschek, sete governadores pediram nesta terça-feira (12) um encontro de contas com o governo federal para sanar dívidas dos Estados com a União. "O que desejamos é que nossos Estados e a União possam promover, em clima de solidariedade e de diálogo, o encontro de contas capaz de mensurar as dívidas de todos os entes federados e deduzi-los das dívidas com a União", afirmaram em carta. 

O encontro foi conduzido pelo governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel (PT). Com o Estado em calamidade financeira, o petista defende que tem a receber até R$ 135 bilhões para repor a perda de receita com a desoneração do ICMS imposta pela Lei Kandir. Na década de 1990, a Lei Kandir instituiu uma desoneração do ICMS nas exportações de produtos primários. Os benefícios fiscais foram constitucionalizados em 2003, com a previsão de uma lei complementar que definisse como seria feita a compensação das perdas de receita dos Estados em favor da União. A legislação, contudo, nunca foi feita. 

O Supremo Tribunal Federal determinou que os deputados definam os termos das compensações até novembro ou a tarefa ficará a cargo do Tribunal de Contas da União. Na "Carta de Diamantina", os governadores de Minas Gerais, Acre, Mato Grosso, Piauí, Rio Grande do Norte, Rondônia e Sergipe manifestaram "disposição para o diálogo institucional que permita o encontro de contas entre os Estados e a União, de modo a negociar solução capaz de extinguir tanto as dívidas dos Estados perante a União, bem como, as dívidas da União com os Estados, resultado das implicações adversas da Lei Kandir". 

Segundo os governadores, há concentração de recursos da União e enfraquecimento dos Estados e municípios, o que desarticula o pacto federativo. As cidades têm direito a 25% dos recursos de ICMS destinados aos Estados. "Ponderamos que, no intervalo tão extenso desde a promulgação da Lei Kandir, há 21 anos, as perdas dos Estados acumularam-se a valores exorbitantes e vêm prejudicando, cada vez mais intensamente, a capacidade do cumprimento das atividades inerentes aos Estados, especialmente educação, saúde e segurança", diz o texto. 

A carta afirma ainda que os Estados estão em "situação de verdadeira penúria". Pimentel afirmou que o objetivo da carta é reiterar o pedido já feito ao governo federal e que espera ter sucesso até o fim do ano. "O governo não fez nenhum movimento ainda objetivo nessa direção. O Congresso está discutindo e até novembro alguma coisa terá que ser feita. Estamos reivindicando que esse ressarcimento seja feito na forma de encontro de contas", disse. 

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