sexta-feira, 29 de setembro de 2017

Grupo armado invade fazenda de Geddel no sudoeste da Bahia


Um grupo de cerca de 25 homens invadiu uma fazenda do ex-ministro Geddel Vieira Lima (PMDB) em Itapetinga, cidade do sudoeste da Bahia. A Fazenda Esmeralda foi ocupada na madrugada de sábado (23) por homens que alegavam ser indígenas da etnia pataxó. Segundo a Polícia Civil, eles estavam armados com facas e espingardas e expulsaram os funcionários da propriedade. Parte dos funcionários foi feita refém e liberada somente na manhã de domingo (24). 

A estrada que dá acesso à fazenda foi bloqueada. Em depoimento à polícia, os funcionários da fazenda disseram que os invasores vestiam cocares, trajes indígenas e falavam dialetos entre si. Os homens informaram que a fazenda seria um local considerado "sagrado" pela tribo por abrigar pelo menos três cemitérios indígenas. 

Com 643 hectares e 1.100 cabeças de gado, a fazenda pertence ao ex-ministro Geddel Vieira Lima, ao deputado Lúcio Vieira Lima (PMDB) e ao espólio do pai de ambos, o ex-deputado Afrísio Vieira Lima, morto no ano passado. O delegado Antônio Roberto Gomes da Silva Júnior, coordenador da Polícia Civil de Itapetinga, afirma que os invasores ameaçaram ocupar outras fazendas da região que pertencem a Geddel. Ele não descarta que o grupo esteja em busca de dinheiro ou objetos de valor do ex-ministro. "É uma hipótese que não pode ser descartada", afirma o delegado. Geddel foi alvo de uma operação da Polícia Federal no início deste mês que resultou na apreensão de R$ 51 milhões que estavam dentro de um apartamento em Salvador que teria sido emprestado ao peemedebista. 

Como a invasão da fazenda foi feita por um possível grupo indígena, a investigação será feita Polícia Federal, que assumiu o caso na quarta-feira (27). O advogado Franklin Ferraz, responsável pela defesa da família Vieira Lima, entrou com um pedido de reintegração de posse das terras. Segundo o advogado, a área da fazenda possui título de propriedade desde 1936 e pertence à família Vieira Lima desde 1995. "Nunca houve nenhuma disputa ligada à questão indígena nesta região", afirmou.

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