quarta-feira, 6 de setembro de 2017

Lava Jato encontra R$ 480 mil na casa de Nuzman e pede bloqueio de R$ 1 bi de investigados

A Polícia Federal deflagrou na manhã desta terça-feira (5) a Operação Unfair Play com objetivo de prender o empresário Arthur Menezes de Soares, conhecido como "Rei Arthur", e Eliane Cavalcante, sócios de empresas de fornecimento de mão-de-obra para o governo do Rio. Além de pagamentos de propina para o ex-governador, Soares é suspeito de ter auxiliado na compra de votos de membros do COI (Comitê Olímpico Internacional) para a escolha do Rio como sede da Olimpíada em 2009. Um dos alvos da operação é o presidente do comitê organizador dos Jogos e do COB (Comitê Olímico do Brasil), Carlos Arthur Nuzman.

O juiz Marcelo Bretas autorizou a intimação do cartola para depor. Durante a operação, a Polícia Federal encontrou na casa de Nuzman R$ 480 mil em notas de dólares, libras, reais e euros. O Ministério Público Federal pediu o bloqueio de R$ 1 bilhão das contas de Nuzman e dos outros suspeitos de envolvimento na compra de votos do COI para pagamento de danos morais coletivos. O órgão afirma que o pedido tem como objetivo reparar o dano à imagem do Brasil causado no mundo em razão do escândalo. Setenta policiais federais cumprem também outros onze mandados de busca e apreensão em sete bairros do Rio (Leblon, Ipanema, Lagoa, Centro, São Conrado, Barra da Tijuca e Jacaré), em Nova Iguaçu (RJ) e em Paris. Trata-se de uma nova fase da Lava Jato no Rio, com as decisões expedidas pelo juiz Marcelo Bretas.

Os presos serão indiciados por corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa. As investigações começaram há nove meses e acontecem em cooperação com autoridades francesas e americanas. Os subornos aconteceram, de acordo com a PF, por meio de contratos fictícios de prestação de serviços, com repasses de dinheiro em espécie e para contas no Exterior, além do pagamento de despesas pessoais.

Dono do Grupo Facility, o empresário Arthur Cesar Menezes Soares Filho é investigado por procuradores da Operação Calicute, o braço fluminense da Operação Lava Jato. Apelidado de "Rei Artur" por sua proximidade com Sérgio Cabral, ex-governador do Rio, Soares Filho recebeu quase R$ 3 bilhões por contratos assinados com o Estado durante os oito anos da gestão passada. Ele é apontado como o maior fornecedor de serviços terceirizados por meio de empresas ligadas ao Grupo Facility.

Em janeiro, o empresário deu depoimento aos procuradores da Calicute e afirmou ser amigo pessoal do ex-governador, preso no ano passado. No depoimento, ele disse que começou a trabalhar no setor público em 1994 e não se lembrava de quando constituiu a Facility como empresa principal do grupo. Na investigação, os procuradores constataram que as empresas do empresário repassaram cerca de R$ 1 milhão para o escritório de advocacia da ex-mulher de Cabral, Adriana Ancelmo. Questionado, Soares Filho disse que contratou o escritório de Adriana por recomendação do ex-governador. 

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