quarta-feira, 27 de setembro de 2017

O petista Gilberto Carvalho e o executivo propineiro Alexandrino Alencar trocaram 101 ligações em 6 meses



A quebra de sigilo telefônico da Operação Lava Jato comprova que era bem intensa a relação da Odebrecht com o Palácio do Planalto. Somente no segundo semestre de 2010, último mandato de Lula, a força-tarefa identificou 101 ligações entre o ex-diretor da Odebrecht, o executivo propineiro  Alexandrino Alencar, e o então chefe de Gabinete do poderoso chefão da organização criminosa petista e presidente Lula, Gilberto Carvalho. As informações constam do relatório de informação concluído ontem pela Assessoria de Pesquisa e Análise da Procuradoria da República no Paraná.

As 101 ligações foram registradas entre julho e dezembro de 2010. Há registro de outras seis ligações entre Gilberto Carvalho e Alexandrino em 2011 e cinco ligações em 2012, já no período do governo de Dilma Rousseff, quando ele assumiu o cargo de ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência. 

Há uma ligação entre Gilberto Carvalho e Alexandrino em novembro de 2014, quando a Operação Lava Jato já havia sido deflagrada pela Polícia Federal. Os dois chegavam a conversar pelo telefone até cinco vezes ao dia. Em decorrência da limitação do período de guarda das informações, a força-tarefa não mapeou os contatos de Alexandrino e Carvalho no período anterior.

Alexandrino, um dos delatores da construtora, foi o responsável pela entrega à equipe da Lava Jato de um organograma mostrando o “tráfico de influência” do presidente Lula em favor da Odebrecht, quadro que inclui as obras do sítio de Atibaia, a compra de um imóvel para o Instituto Lula, as benesses em favor de Luiz Cláudio Lula da Silva e Taiguara Rodrigues, sobrinho de Lula, a mesada para José Ferreira da Silva, o Frei Chico, irmão de Lula, a conta bancária criada para financiar interesses do ex-presidente e as obras da Arena Corinthians.

Em sua delação, Alexandrino também revelou que Gilberto Carvalho pediu “vantagem” à Odebrecht, em forma de um pedido de 200.000 reais para a campanha da irmã, a ex-ministra do Desenvolvimento Social, Márcia Lopes, que disputou a prefeitura de Londrina, no Paraná, em 2012. Marcia Lopes não declarou os recursos ao Tribunal Superior Eleitoral. Alexandrino revelou em sua delação que mantinha encontros regulares com Gilberto Carvalho, conhecido na Odebrecht como “seminarista”.

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