quinta-feira, 23 de novembro de 2017

Delator afirma que Pezão recebeu R$ 4,8 milhões de propina

O governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão (PMDB), teria recebido R$ 4,8 milhões de um dos operadores do esquema de propina do ex-governador peemedebista e grande ladrão Sérgio Cabral. A informação consta da deleção premiada de um funcionário do doleiro Álvaro José Novis. Segundo o delator Edimar Moreira Dantas, o governador era identificado como "Pé Grande" nas planilhas entregues aos procuradores.

De acordo com Edimar Moreira Dantas, ele gerenciava uma conta criada exclusivamente para o pagamento de propinas. Na delação, o funcionário do doleiro informou que o dinheiro era enviado pela Fetranspor, a Federação das Empresas de Transporte de Passageiros do Estado do Rio de Janeiro. O governador disse que não conhece e nunca esteve com Dantas e garantiu que jamais tratou de pagamento ou recebimento de recursos ilícitos.

Ao Ministério Público, o funcionário de Novis afirmou que o dinheiro era entregue a um intermediário identificado como Luís. Para os procuradores, o intermediário seria Luís Carlos Vidal Barroso, assessor do governador ainda contratado do governo do Estado.

Nas planilhas do doleiro aparecem cinco pagamentos a Pé Grande, num total de R$ 4,8 milhões. Os pagamentos foram feitos de 22 de julho de 2014 a 8 de maio de 2015. Nessas datas, Pezão já tinha assumido o cargo de governador do Rio de Janeiro. Em maio, relatório da Polícia Federal apontou que o governador Pezão recebeu R$ 490 mil do esquema de propina montado pelo ex-governador Sérgio Cabral (PMDB).

Os indícios descritos pela Polícia Federal constam de bilhetes apreendidos na casa de Luiz Carlos Bezerra, ex-assessor de Sérgio Cabral apontado como um dos operadores financeiro do grupo. Os nomes "Pezão", "Big Foot", "Pé" e "Pezone" estão relacionados a pagamentos feitos entre fevereiro de 2013 e março de 2014. Nesta época, pezão era vice-governador de Sérgio Cabral. Em fevereiro deste ano, o juiz Marcelo Bretas já havia enviado indícios contra Pezão ao Superior Tribunal de Justiça decorrentes de bilhetes de Bezerra. À época, a soma indicava R$ 190 mil.

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