segunda-feira, 27 de novembro de 2017

Fortunati sai do PDT, na verdade ele nunca esteve no partido, e o partido nunca o aceitou

Na tarde desta segunda-feira o ex-prefeito de Porto Alegre, José Fortunati, enviou uma carta ao presidente estadual do PDT no Rio Grande do Sul, deputado federal Pompeo de Matos, comunicando seu desligamento do partido após 16 anos de filiação. No texto, em que não aponta os motivos de sua decisão, ele afirma: "Entendo que os rumos do indivíduo político José Fortunati e do PDT, neste momento, se separam. Ao sair do partido, deixo as direções partidárias livres para seguirem no trajeto que já vinham sinalizando, sem qualquer constrangimento ou mágoas". Com esta última frase, Fortunati ratifica o que o PDT pretende nas eleições de 2018, mas ainda não admite publicamente. Ou seja, o partido está determinado a concorrer ao governo do Estado com candidato próprio, que pode ser o petista Jairo Jorge (recentemente filiado ao trabalhismo) ou o atual presidente do Grêmio, Romildo Bolzan Jr. Por estar determinado a disputar o governo do Estado, o PDT pretende negociar as vagas ao Senado com partidos que adiram à coligação que pretende montar em torno do nome do seu candidato. Isso inviabilizaria os planos de Fortunati. Ele não é grande só no tamanho, ele é grande também nas suas pretensões políticas. E não deixa por menos a pretensão de concorrer direto ao Senado Federal. Ele acabará fazendo isso por meio da Rede, da também ex-petista Marina Silva. Alias, Fortunati e Marina Silva têm ambos longínquas afinidades politico-partidárias e ideológicas. Ambos são marxistas de origem, comunistas. Ambos militaram no PRC - Partido Revolucionário Comunista, uma seita marxista, formada por gente que saiu do PCdoB, com o objetivo de promover a entrada no PT como uma facção organizada e, por consequência, com peso politico. Mas, o casamento de Fortunati com o PDT foi como um casamento de girafa e zebra. Os dois nunca se beijaram, nunca se entenderam, e nunca tiveram as mesma natureza, nem fizeram esforços nesse sentido. A convivência dos dois não passou de um oportunismo político. Agora o trajeto se esgotou. Uma coisa é preciso ser dita: Fortunati é muito corajoso, ou completamente cego, porque vai concorrer mesmo tendo uma gestão absolutamente desastrosa na prefeitura de Porto Alegre. Ele deixou a cidade em uma gigantesca buraqueira, e com obras incompletas até hoje por todos os lados. Os exemplos estão aí para serem observados por qualquer um que passeie pela cidade. Além disso, afundou as contas públicas em um rombo gigantesco, a tal ponto que hoje o seu sucessor não consegue sequer pagar o salário dos funcionários em dia. Em circunstâncias assim é preciso o sujeito ter muito peito para concorrer ao Senado Federal. 

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