A taxa básica de juros, a Selic, poderá voltar a ser reduzida em fevereiro de 2018. É o que sinalizou o Copom (Comitê de Política Monetária), do Banco Central, em ata da última reunião, realizada na semana passada, quando a taxa chegou ao seu menor nível histórico: 7% ao ano.
A expectativa de instituições financeiras é que essa taxa seja reduzida em 0,25 ponto percentual na próxima reunião do comitê, indo para 6,75% ao ano. No documento, o Copom diz que seria apropriado sinalizar que poderá haver nova redução moderada na próxima reunião, sob a perspectiva atual. Mas os membros do Copom avaliaram que cabia advertir que essa visão é mais suscetível a mudanças na evolução do cenário e seus riscos que nas reuniões anteriores, diz a ata.
O Copom destacou que "houve consenso em manter liberdade de ação, mas sinalizar que o atual estágio do ciclo de cortes na taxa básica recomenda cautela na condução da política monetária". Segundo o comitê, a continuidade da redução da Selic depende da evolução da atividade econômica e das expectativas de inflação. O Copom também destacou que a aprovação da reforma da Previdência é fundamental para manter a inflação baixa.
Todos os membros do comitê voltaram a enfatizar que a aprovação e a implementação das reformas, notadamente as de natureza fiscal, e de ajustes na economia brasileira, são fundamentais para a sustentabilidade do ambiente com inflação baixa e estável, para o funcionamento pleno da política monetária e para a redução da taxa de juros estrutural da economia, com amplos benefícios para a sociedade, enfatizou.
Na ata, o Copom cita a alta dos preços administrados, como gás, energia e gasolina. Mas destaca, que na direção oposta, em magnitude substancialmente maior, há redução dos preços de alimentos. Com a perspectiva de redução de preços da ordem de 5% no ano, o componente de alimentação no domicílio medido pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo - IPCA explica grande parte do desvio da inflação em relação à meta de 4,5% vigente para o ano corrente, diz o Banco Central.
A meta de inflação tem como centro 4,5%, limite inferior de 3% e superior de 6%. O mercado financeiro projeta o IPCA - a inflação oficial do País - abaixo do piso da meta, em 2,88% neste ano. Se a estimativa se confirmar, será a primeira vez que a meta será descumprida por ficar abaixo do piso. A meta ficou acima do teto quatro vezes: 2001, 2002, 2003 e 2015. Na última sexta-feira (8), o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) informou que, de janeiro a novembro, o IPCA chegou a 2,5%, o menor resultado acumulado em 11 meses desde 1998 (1,32%).
Para o Copom, a economia segue em trajetória de recuperação gradual, com avanços no emprego mesmo nessa fase inicial do processo. Essa conjuntura tem produzido elevação das projeções de crescimento para o ano corrente e para 2018, consistente com diagnóstico de que a retomada mostra-se mais consolidada, destacou o Copom.
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