quinta-feira, 21 de dezembro de 2017

Lajeado assume tratamento de chorume do aterro sanitário


Após cerca de cinco anos, o chorume oriundo do aterro sanitário de Lajeado voltou a ser tratado. O anúncio foi feito esta semana pela prefeitura, através da Secretaria do Meio Ambiente (Sema). Quem está à frente do projeto é o engenheiro químico Antônio Mallmann, responsável técnico da M2K, contratada em caráter emergencial pela pasta. Agora, práticas e tecnologias utilizadas na Alemanha e no Canadá integram a rotina de cuidado com a substância, tudo para solucionar um sério problema: "em dias de chuva, as lagoas transbordavam e o chorume atingia um afluente do Arroio Saraquá", relata o responsável pela Sema, Luis Benoitt. 

Ou seja, o chorume, um líquido tóxico que é o resultado do processo de decomposição de todo o volume de lixo do aterro sanitário, entrava em contato com a água. Apesar disso, Benoitt salienta que resultados obtidos em análises apontaram índices de poluentes muito abaixo do que a legislação exige para o tratamento do chorume: "Mas entendemos que era nossa responsabilidade resolver esse vazamento. O não tratamento pode significar danos ao meio ambiente e risco à saúde pública. Daí a pressa em solucionar o quanto antes". O investimento é de aproximadamente R$ 60 mil mensais - R$ 60,00 por metro cúbico: "Foi o melhor custo benefício encontrado, já que pesquisamos outros processos que chegavam ao valor de R$ 150,00 por metro cúbico bruto, que seria destinado a Canoas". 

Conforme Mallmann, a planta de tratamento do poluente é um híbrido que contempla o melhor das tecnologias alemã e canadense. Duas piscinas de quatro metros de profundidade são utilizadas - é ali que fica o chorume. Ele explica que o tratamento de 25 mil litros de chorume se dá em um período de oito a 10 horas, denominado batelada, e se divide em quatro etapas. 

A primeira delas consiste na remoção de amônia através da aeração, evaporando para a atmosfera. Na segunda etapa, são removidos os contaminantes sólidos por meio da decantação. Nessa etapa, se obtém a clarificação da água, que também perde o forte cheiro, característico do chorume. 

Já a terceira etapa separa, por meio de membrana, a água limpa dos resíduos sólidos. Na quarta etapa, se dá a prensagem do lodo proveniente das primeiras três etapas do tratamento. Ao retirar toda água do lodo, ele pode ser devolvido ao aterro sanitário e a água tratada destinada para o afluente do Arroio Saraquá. Esse processo dura até 14 horas. O engenheiro químico aponta que a estrutura instalada em Lajeado é uma das poucas plantas públicas existentes em todo País.

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