quarta-feira, 6 de dezembro de 2017

Médico francês realiza primeira cirurgia com visão de realidade aumentada


O médico francês Thomas Grégory realizou nesta terça-feira (5) a primeira operação do mundo utilizando um capacete com visão de realidade aumentada, uma tecnologia que pode contribuir para melhorar a precisão em determinadas intervenções cirúrgicas. Na operação, que graças às novas tecnologias foi acompanhada por outros três médicos no Reino Unido, na Coreia do Sul e nos Estados Unidos, Grégory colocou uma prótese no ombro de uma paciente de 80 anos, um procedimento bastante delicado. "Era como se o ombro da paciente viesse até os meus olhos (...). Toda a ajuda que um médico pode esperar nessas condições se transforma em realidade", afirmou o cirurgião, chefe do serviço de cirurgia ortopédica e traumatologia do hospital Avicenne, em Bobigny, nos arredores de Paris.

Equipado com um capacete especial concebido pela companhia americana Microsoft, Grégory pôde visualizar o esqueleto e os tendões da paciente com grande detalhe graças a uma série de radiografias e outros exames de imagem efetuados antes da operação. Graças a esse dispositivo, a cirurgia pode ser realizada com precisão milimétrica, uma vantagem importante em procedimentos delicados como a colocação de próteses. Além disso, os responsáveis pelo experimento enfatizaram que a nova técnica reduz ao mínimo os riscos de infecção.

O capacete permite o uso de hologramas que representam diferentes partes do corpo da paciente e também determinar a espessura exata dos tecidos e o local concreto dos órgãos próximos, que permanecem invisíveis em uma operação normal e, portanto, podem ser afetados. Além disso, o médico pode consultar o prontuário médico da paciente de forma direta e, inclusive, consultar colegas que acompanham em tempo real a operação.

Grégory comparou o "salto" que representa esta tecnologia com "a passagem da enciclopédia para o motor de buscas da internet", já que, graças à revolução digital, "limita os erros humanos". "A técnica permitirá padronizar este tipo de operação e reduzir assim os riscos", disse ele, que afirmou que quando seu uso se tornar generalizado "será o mesmo que passar da pilotagem de aviões na era de Saint-Exupery para os atuais vôos comercais".

O médico lembrou que o sucesso de algumas operações depende de "milímetros" e que a tecnologia pode também ser aplicada em cirurgias vasculares no cérebro, as mais delicadas. A tecnologia de realidade aumentada já é utilizada nas cabines de aviões militares e em alguns jogos eletrônicos domésticos.

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