Claudio Calo, promotor do Ministério Público do Rio de Janeiro, visitou hoje a Cadeia Pública José Frederico Marques, em Benfica, para verificar possíveis privilégios concedidos ao ex-governador e ladrão peemedebista Sérgio Cabral, que está preso na unidade. Entre os benefícios concedidos ao ex-governador e outros presos da Operação Lava Jato estão a instalação na cadeia de um sistema de home theater, composto de televisão de tela plana com 60 polegadas, DVD e caixas de som. Ao visitar o local, o promotor conversou com Sérgio Cabral e outras pessoas sobre o episódio.
Calo avaliou que, caso sejam comprovadas as irregularidades, Sérgio Cabral poderia ser transferido para outro presídio, como Bangu. “Se ficar comprovada o envolvimento dele nesses fatos, acho demasiado mandar para um presídio de segurança máxima, talvez um presídio em Bangu atinja o objetivo, para evitar que ele tenha contato com o complexo de Benfica. Isto é considerado prática de crime dentro de unidade prisional e infração disciplinar. Cabe à Secretaria de Estado de Administração Penitenciária e à Vara de Execuções Penais adotar as medidas cabíveis. Podem alguns benefícios serem cancelados ou ele ser transferido para um presídio mais rigoroso, como o Complexo de Gericinó”, disse o promotor.
O episódio do home theater veio a público em outubro e levou o Ministério Público a instaurar inquérito para apurar os fatos. O equipamento seria uma doação da Igreja Batista do Méier, segundo divulgou inicialmente a Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seap). No entanto, a instituição esclareceu que não autorizou doação de aparelho eletrônico a qualquer complexo penitenciário. Calo ressaltou, ao deixar a cadeia, que a versão inicial de que o equipamento teria sido doado por uma igreja já restou comprovada como falsa e que será investigado quem deixou entrar o home theater no presídio, podendo ser responsabilizados na esfera criminal, por falsidade ideológica, e na administrativa, por improbidade.
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