sábado, 9 de dezembro de 2017

Morreu a filósofa e analista francesa Judith Miller, filha do psicanalista Jacques Lacan

A filósofa francesa Judith Miller, filha do psicanalista Jacques Lacan e da atriz Sylvia Bataille, morreu na última quarta (6), em Paris. Ela tinha 76 anos e sofria de uma doença degenerativa. Judith Miller era uma filósofa influente e integrou ainda jovem o círculo intelectual do pai. Ela era casada desde 1966 com o psicanalista Jacques-Alain Miller, nomeado pelo próprio Lacan seu herdeiro moral e responsável por sua obra. Judith Miller participou ativamente do "Cahiers pour l'Analyse", periódico mantido por jovens filósofos da École Normale Supérieure de Paris e que dava um novo respiro ao pensamento de Lacan. Ela era extremamente fiel ao ensinamento do pai, mas também se ocupou ativamente dos estudos freudianos, tendo papel importante na ECF (Escola da Causa Freudiana), fundada em 1981 por seu marido. Em 1991, ela lançou um álbum de fotos do pai ("Visages de Mon Père"), que reunia a intimidade e o trabalho de Lacan. Ele tinha uma grande adoração por Judith, sua última filha, e admirava sua virtuosidade intelectual. "Judith era uma mulher admirável e muito forte, apesar da aparência frágil. Sempre corajosa, dedicou-se integralmente à difusão da obra de Lacan, seu pai, tanto no plano amplo quanto nos detalhes que fazem a diferença. Nossos encontros foram sempre ricos em ideias e afeição", disse em nota Ana Cristina Zahar, diretora editorial da Zahar, que edita os livros de Lacan no Brasil.

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