sábado, 16 de dezembro de 2017

Petistas admitem que 'ficha caiu', apesar de discurso

A cúpula do PT prevê uma "guerrilha jurídica" para tentar garantir a candidatura chefão da organização criminosa petista e ex-presidente Lulaà Presidência em 2018, mas a marcação do julgamento do recurso que deverá impedi-lo de concorrer fez "cair a ficha" no partido. 

A expressão foi usada por diversos líderes petistas em conversas desde a tarde de segunda-feira, quando ficou público que o Tribunal Regional Federal da 4ª Região julgará a apelação de Lula contra a condenação no caso do tríplex no dia 24 de janeiro. 

Dentro da sigla, o tempo recorde do andamento do processo é visto como a justificativa perfeita para a narrativa de que Lula é um perseguido judicial. Sua defesa está levantando dados comparativos do andamento de recursos de processos no âmbito da Operação Lava Jato. 

O plano A segue sendo tentar levar Lula até o fim da disputa, mas a sobriedade tem pautado as conversas internas no partido. Nelas, a alta probabilidade de o ex-presidente ser impedido de concorrer por estar condenado por colegiado antes do prazo inicialmente previsto é vista também como uma janela de oportunidade. 

A sigla ganha tempo para fazer costura de alianças estaduais vitais para sua pretensão nacional. Essa era a visão predominante até há alguns meses, mas parecer jurídico indicando chance de sucesso em recursos mudou a tática visível do PT. O foco é o PSB, partido que está rachado e sob assédio de siglas como PMDB e DEM, pelo maior ativo que possui: a candidatura ao governo de São Paulo. 

O atual vice-governador, Márcio França, é do partido e irá assumir a cadeira de Geraldo Alckmin quando o tucano se desincompatibilizar para disputar o Planalto. França quer buscar a reeleição, e o PT está disposto a abrir mão da candidatura de Luiz Marinho se a costura se viabilizar em Estados como o Ceará e Pernambuco, além obviamente da aliança nacional. Resta saber como França, que se diz leal a Alckmin, procederia num acerto desses. 

O PT aposta que ele não terá muita opção, já que o PSDB terá candidato próprio ao Palácio dos Bandeirantes. Tudo isso é central para que o PT consiga construir uma candidatura a partir da ruína da postulação de Lula. 

Os nomes mais citados, do ex-governador Jaques Wagner (BA) e do ex-prefeito paulistano Fernando Haddad, estão longe de serem conhecidos nacionalmente, o que não precisa ser um problema, já que a taxa de rejeição ao PT vem caindo neste ano em pesquisas eleitorais. 

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