sábado, 16 de dezembro de 2017

Tribunal solta empresário da 'farra dos guardanapos' e mais dois

O Tribunal Regional Federal da 2ª Região decidiu na quarta-feira (13) conceder habeas corpus parcial aos empresários Georges Sadala, Maciste Granha de Mello Filho e ao ex-presidente do DER (Departamento de Estradas e Rodagem) do Rio de Janeiro, Henrique Ribeiro. 

Os três foram pesos na Operação C'est Fini, no mês passado. O tribunal decidiu que os três não poderão se ausentar do País e devem comparecer a cada dois meses em juízo. Os juízes federais da 1ª Turma Especializada também ratificaram a decisão liminar em favor do ex-secretário Régis Fichtner, solto há duas semanas. 

Os juízes federais mantiveram apenas a prisão de Lineu Castilho Martins, ex-assessor de Ribeiro no DER. Todos os suspeitos presos foram identificados na contabilidade paralela de Luiz Carlos Bezerra, responsável por recolher e entregar dinheiro entre 2011 e 2016 a mando do ex-governador ladrão peemedebista Sérgio Cabral, preso há um ano. 

Ele controlava a movimentação de dinheiro em cadernos que foram apreendidos pela Polícia Federal na Operação Calicute. Usava apelidos para identificar os remetentes e destinatários dos recursos. Fichtner era o único secretário do "núcleo" da gestão Sérgio Cabral que ainda não havia sido preso.

Ele já havia sido citado em depoimento de Bezerra. Identificado o ex-secretário como "Alemão", a contabilidade do "carregador de mala" indica o repasse de R$ 1,56 milhão ao ex-secretário. Sadala, por sua vez, é mais um integrante do que ficou conhecida como a "gangue dos guardanapos" a ser alvo da Operação Lava Jato. 

A expressão é referência à foto feita numa festa em Paris em homenagem ao ladrão peemdebista Sérgio Cabral, após receber a medalha da Legião d'Honneur do Senado francês. Era também o único empresário da chamada "República de Mangaratiba" que ainda não havia sido alvo da Lava Jato no Rio de Janeiro. 

Os papéis apreendidos com Bezerra indicam que o empresário entregou R$ 1,3 milhão ao grupo do ladrão peemdebista Sérgio Cabral, segundo a Procuradoria. O empresário, também conhecido como "Gê", é investidor do mercado financeiro e era sócio de um consórcio com contratos com o Estado. Ele foi sócio do consórcio Agiliza Rio, responsável pelo programa "Poupa Tempo", que reúne órgãos oficiais com o fim de facilitar a obtenção de documentos. 

A empresa recebeu R$ 132,5 milhões entre 2009 e 2015. Além disso, é também representante do banco BMG no Rio de Janeiro, que negociava crédito consignado para servidores estaduais. Maciste, vizinho de Sérgio Cabral, também foi citado por Bezerra em depoimento. Ele disse que ia ao apartamento do empresário, sócio da Macadame, construtora que somou R$ 103 milhões em contratos na administração do peemedebista. 

Os cadernos apreendidos com Bezerra indicam o recolhimento total de R$ 552 mil com o empresário. Ribeiro foi apontado pelo empresário Marcos Andrade Barbosa Silva, executivo da União Norte, como responsável por cobrar propina destinada a Sérgio Cabral no DER. 

A empresa firmou acordo de leniência com o Ministério Público Federal. O responsável por recolher a propina no DER era Lineu Castilho Martins, funcionário do DER. Na contabilidade de Bezerra, ele é identificado como "Boris", "Russo" e "Kalashi", e é atribuído a ele o repasse de cerca de R$ 18 milhões entre 2011 e 2016. Ele também foi preso.

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