quarta-feira, 17 de janeiro de 2018

Banco Central sugeriu e cobrou o afastamento de quatro vice presidentes da Caixa Econômica Federal suspeitos de corrupção

O Banco Central sugeriu que a Caixa Econômica Federal afastasse seus vice-presidentes após investigações do próprio banco e do Ministério Público Federal apontarem suspeitas de corrupção e outras irregularidades envolvendo executivos da instituição. A recomendação foi é a segunda desde o mês passado. A Procuradoria da República no Distrito Federal, que conduz apurações sobre esquemas de desvio na Caixa Econômica Federal, requereu ao banco e ao Palácio do Planalto a destituição dos vices em dezembro, mas a Casa Civil, seguindo orientação do presidente Michel Temer, alegou que não tinha competência para isso.

Na última quinta-feira (11), os investigadores reiteraram a sugestão e avisaram a Temer que ele poderia ser responsabilizado, na esfera cível, se mantiver vices que venham a ser acusados de crimes. O pedido do Banco Central foi elaborado após informações sobre a situação dos executivos serem encaminhadas à área de fiscalização do Banco Central. Nesta terça-feira, o presidente da Caixa Econômica Federal, Gilberto Occhi, reuniu-se com o presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn. Na véspera, Occhi informou desconhecer a solicitação.

Quatro vices da Caixa Econômica Federal são alvo de operações do Ministério Público Federal que tratam esquemas de corrupção para liberar investimentos a grandes empresas. Occhi foi citado na delação premiada do corretor Lúcio Funaro. Ele disse que, quando vice-presidente de Governo da Caixa, Occhi tinha uma "meta de propina". O executivo nega. As apurações da Caixa Econômica Federal, conduzidas pela corregedoria do banco e por três escritórios independentes contratados, confirmaram irregularidades em operações e riscos de ingerência política na gestão do banco.

A atual vice de Fundos de Governo e Loterias, Deusdina dos Reis Pereira, é suspeita de barganhar um cargo para ela própria na Cemig (Companhia Energética de Minas Gerais) por investimento do banco na estatal. O caso foi remetido pelo Conselho de Administração da Caixa Econômica Federal à Comissão de Ética Pública da Presidência, que julgará se houve infração ética no episódio. 

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